Milhares protestam na Ucrânia contra medidas de austeridade fiscal

Cerca de quatro mil ucranianos saíram às ruas hoje (22/11) para protestar contra medidas de austeridade fiscal tomadas recentemente pelo governo. No dia 19 de novembro, como parte dos planos para reequilibrar o orçamento e satisfazer o FMI (Fundo Monetário Internacional), o parlamento aprovou projeto de lei que acaba com os incentivos fiscais a milhares de pequenos e médios empresários.

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, viajou nesta segunda-feira para Bruxelas para definir o auxílio que a União Europeia e o FMI darão à Ucrânia. Ele ainda não assinou a lei e os manifestantes pedem que boicote a medida.

Na manifestação em Kiev, ucranianos seguravam cartazes com os dizeres “Diga não à lei”, “Você acabou com tudo, deixe nossos empregos” e “Tire as mãos de nosso dinheiro”, segundo a agência russa ITAR-TASS. De acordo com dirigentes sindicais são esperados mais protestos, também em outras cidades ucranianas.

Crise
Há cinco anos a chamada “revolução laranja” injetou esperança na população. Os “laranjas” – liberais, conservadores, nacionalistas e outros grupos então na oposição ao presidente Leonid Kutchma, padrinho político de Yanukovitch – foram alçados ao poder depois de semanas de protestos, prometendo reformar o país, combater a corrupção e liberalizar a economia.

Logo no primeiro ano, porém, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) despencou de 12% em 2004 para 2,6% em 2005. Nos quatro anos seguintes, o desemprego ficou estável, o poder de compra caiu e o país entrou em recessão, segundo dados do próprio Banco Nacional da Ucrânia. No ano passado, a economia encolheu mais de 15% e a inflação anual passou de 16,4%, depois de bater 25,8% em 2007.

Em 17 de novembro o FMI e a União Europeia aprovaram plano de resgate para a Ucrânia orçado em 15 bilhões de dólares. “Todos os critérios exigidos foram cumpridos e percebemos um progresso estável nas reformas estruturais”, afirmou comunicado oficial do FMI. 

Do Opera Mundi