Milhões de trabalhadores protestam na Europa

Metalúrgicos europeus se unem a milhões de trabalhadores e sindicatos de outros setores em diversos países para atender ao chamado da pela luta contra as agressivas medidas tomadas pelos governos europeus

Sob o slogan “Não a austeridade, prioridade ao trabalho e crescimento”, o Dia Europeu de Ação tomou posse nas ruas da Espanha e Bélgica para explicitar a preocupação dos trabalhadores e lutar por emprego nas indústrias europeias.

As medidas de austeridade atuais ameaçam a frágil recuperação nas indústrias e conduzem à maior desindustrialização na Europa, resultando numa profunda recessão social. Metalúrgicos europeus chamam para uma Taxa de Transação Financeira (TTF) para investimentos e empregos para manter as nossas indústrias à tona.

O protesto foi coordenado pela greve dos sindicatos espanhóis – o primeiro em oito anos. Eles protestaram contra a redução de 5% nos salários deste ano, parte da austeridade do governo cortou aproximadamente 15 bilhões de euros, aprovada por uma maioria muito pequena no governo espanhol neste ano. Muitos governos em todo o bloco de 27 países impuseram a punição nos cortes de salários, pensões e emprego para lidar com as crescentes dívidas.

Na Espanha, 10 milhões de pessoas, mais de 70% da força-tarefa estava na luta, relatou a Federação Internacional dos Trabalhadores nas Industrias Metalurgicas (FITIM),afiliada a UGT e CCOO. Eles estavam protestando em várias cidades espanholas.

O secretário de organização da CCOO e UGT, José Antonio del Campo and Javier Cubillo, fez severas críticas em relação a brutalidade das batidas policiais nos piquetes sindicais, algo que não havia acontecido em outras manifestações. No total, mais de 40 pessoas foram presas. Algumas foram soltas, mas outras estão aguardando para depor.

Em Bruxelas, pelo menos 50 mil trabalhadores participaram de manifestações da Confederação Sindical Internacional, afirmou um oficial da polícia local. Cerca de 50 sindicatos internacionais enviaram representantes para a marcha de Bruxelas, com mais de 30 países, o que culminou na tomada do bairro europeu da cidade perto da sede da Comissão Europeia e do Conselho Europeu.

Alguns trabalhadores estavam vestidos de roupas e máscaras pretas, carregando guarda-chuvas e carteiras, agindo como um cortejo de morte da Europa. Os trabalhadores podem tornarem-se as maiores vítimas da crise finanaceira desencadeada pelos banqueiros e comerciantes. Outras ações foram feitas também em Portugal, Grécia, Itália, Latvia, Lituânia, República Tcheca, Sérvia, Romênia, Polônia, Irlanda e França.

Imprensa CNM/CUT – tradução Yuri Nunes