Militares derrubam João Goulart


Tropas do Exército ocupam centro do Rio de Janeiro onde Jango estava

Na madrugada de 31 de março de 1964, tropas militares comandadas pelo general Olímpio Mourão Filho deixaram Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro com o objetivo de derrubar o presidente João Goulart, o Jango.

O governo dos Estados Unidos, o empresariado e os proprietários rurais estavam por trás da conspiração que era tramada há três anos e amplamente defendida pela imprensa.

Segundo os golpistas, a derrubada de Jango era a única maneira de impedir a implantação de um regime totalitário no País. Na verdade, o objetivo das elites era derrubar as conquistas dos trabalhadores e o avanço da democracia no Brasil (leia na página 4).

A desobediência de Mourão foi rapidamente seguida por militares de todo o País e recebeu apoio da classe média urbana, da Igreja Católica e da maioria do Congresso Nacional.

Intervenção
Sem qualquer resistência de Jango e de seus partidários, logo uma junta militar controlou o poder e iniciou uma dura perseguição ao movimento sindical e popular.

As sedes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e do jornal Última Hora – que apoiava o governo deposto – foram queimados.

As Ligas Camponesas (trabalhadores rurais) e o CGT (trabalhadores urbanos) foram colocados na ilegalidade. Movimentos de educação e cultura popular foram impedidos de atuar.

Mais de cinco mil militantes sindicais, políticos e populares foram presos ou obrigados a se exilar.

Cerca de dois mil sindicatos sofreram intervenção ou tiveram as direções afastadas.