Militares tentam impedir posse de Jango

A renúncia inesperada de Jânio Quadros deixou vaga a cadeira de presidente da República. Segundo a Constituição brasileira da época, o substituto seria o vice-presidente e, na impossibilidade deste, o presidente da Câmara dos Deputados.
Como o vice-presidente João Goulart, o Jango, estava em viagem pela China, o deputado Pascoal Ranieri Mazzili assumiu a Presidência.
Jango soube da renúncia ainda no exterior. Foi informado, também, que os ministros militares não aceitavam sua posse. Os generais haviam participado ativamente da derrubada de Getúlio Vargas da Presidência da República, em 1954, e não queriam um de seus principais seguidores no cargo.
Getúlio fora o mentor e protetor de João Goulart em toda sua carreira política. Ambos partilhavam as mesmas opiniões nacionalistas e desenvolvimentistas sobre economia e de maior participação popular e política.
Os militares golpistas pensavam o oposto e estavam dispostos a rasgar a Constituição para impedir o que chamavam “a posse de um esquerdista”. Tinham o total apoio das elites, mas não eram acompanhados pela maior parte da população. As Forças Armadas também estavam divididas.
O impasse durou vários dias e polarizou a sociedade brasileira, colocando frente a frente os contrários a João Goulart e os defensores da Constituição.

Mobilizado pela Cadeia da Legalidade, povo gaúcho vai às ruas pela posse de Jango