Mina de lítio em Quebec pode ajudar a baratear carros elétricos
Projeto mostra a dificuldade para tirar o lítio do solo e quebrar o domínio da China
A cerca de 560 quilômetros a noroeste de Montreal, no Canadá, no meio de uma vasta floresta de pinheiros, há um poço de mineração profundo com paredes de rocha. A mina mudou de dono várias vezes e foi à falência, mas agora pode ajudar a determinar o futuro dos veículos elétricos. A mina contém lítio, um ingrediente indispensável nas baterias de carros elétricos, que está em falta.
Se ela abrir dentro do cronograma, no início do próximo ano, será a segunda fonte na América do Norte desse metal, oferecendo esperança de que matérias-primas extremamente necessárias possam ser extraídas e refinadas perto das fábricas de automóveis canadenses, americanas e mexicanas, em linha com as políticas do governo Joe Biden, que pretendem quebrar o domínio da China na cadeia de suprimentos de baterias.
Ter mais minas também ajudará a conter o preço do lítio, que aumentou cinco vezes desde meados de 2021, elevando o custo dos veículos elétricos a tal ponto que ficaram inacessíveis para muitos motoristas. O carro elétrico novo médio nos Estados Unidos custa cerca de US$ 66 mil (R$ 340 mil), apenas alguns milhares de dólares abaixo da renda familiar média no ano passado.
Dezenas de minas de lítio estão em vários estágios de desenvolvimento no Canadá e nos Estados Unidos. O Canadá assumiu a missão de se tornar uma importante fonte de matérias-primas e peças para veículos elétricos. Mas a maioria desses projetos está a anos de produção. Mesmo que consigam levantar os bilhões de dólares necessários para continuar, não há garantia de que produzirão lítio suficiente para atender às necessidades do continente.
Da Folha de São Paulo