Mínimo: Reajuste é de 6,5% real mais inflação

A partir da próxima segunda-feira, cerca de 37 milhões de trabalhadores brasileiros, entre ativos e inativos, terão os salários reajustados em 15,4% e passarão a receber R$ 300,00 por mês em lugar dos R$ 260,00 atuais. O índice representa um aumento real de 6,5%.

O aumento incorpora a inflação acumulada de 8,8% nos últimos 12 meses. O reajuste torna o mínimo equivalente a 120 dólares.

O novo salário injetará R$ 13,3 bilhões na economia ainda em 2005, segundo o Dieese. Além dos empregos que esse dinheiro pode gerar, ele proporcionará também a arrecadação de mais de R$ 3 bilhões em impostos adicionais, de acordo com técnicos da entidade.

E por que não mais?

Este crescimento na arrecadação leva o Dieese a questionar a principal justificativa do governo federal para não conceder reajustes maiores para o mínimo.

O aumento de agora custará R$ 5,2 bilhões aos cofres públicos por causa da correção dos benefícios de 14,6 milhões aposentados e pensionistas. O Dieese argumenta que o recolhimento da Cofins, por exemplo, cresceu R$ 13,5 bilhões no ano passado e é suficiente para cobrir as novas despesas.

Além disso, concluiu que o setor privado responderá por 70% dos gastos com o novo salário, cabendo ao setor público apenas 30%. “Esse dado faz com que o argumento de que o aumento do mínimo inviabiliza as finanças públicas dos municípios caia por terra”, afirma o economista Márcio Pochmann, da Universidade de Campinas.

Quando foi instituído em 1º de maio de 1940, o equivalente do mínimo, atualmente, seria de R$ 902,00.

3 milhões ganham menos que o mínimo

Levantamento do IBGE mostra que, apesar de ser ilegal, 3,3 milhões de trabalhadores recebem menos que um salário mínimo por mês nas seis principais regiões metropolitanas do País. 

O estudo mostrou também que o número de trabalhadores das maiores cidades brasileiras que ganham menos que o mínimo cresceu nos últimos anos. Em 2002 esse percentual atingia 11% dos trabalhadores, dois anos depois alcançou 16%.

Pelos números divulgados, 12 milhões de pessoas  ganhavam até três salários mínimos atuais nestas regiões, ou R$ 780,00. Portanto menos que o mínimo defendido pelo Dieese.