Mínimo vai a R$ 350,00 e atinge maior valor em 25 anos

O reajuste total do salário mínimo é de 16,67%, o que inclui 12,07% de aumento real. Já a correção na tabela será de 8% e o governo renovou o compromisso de zerar as perdas até o final do mandato. Os números foram anunciados ontem durante reunião do governo com as centrais sindicais.

Governo, CUT e outras cinco centrais sindicais chegaram ontem a um acordo sobre o reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) para 2006. Em mesa de negociação coordenada pelo próprio presidente Lula, em Brasília, foi aceita a contraproposta apresentada pelos sindicalistas na última quinta-feira.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o mínimo irá dos atuais R$ 300,00 para R$ 350,00 em abril e a tabela do IR será corrigida em 8%.

Com o aumento, o salário passará a ter seu maior valor real dos últimos 25 anos. Isto significa um reajuste de 16,7%, bem superior a inflação de 5,05% estimada pelo INPC. O aumento real ficará em 12,07%.

O novo mínimo chegou ao valor graças aos 75% de reajuste nominal (sem descontar a inflação) conquistados durante o atual governo. Descontada a inflação, Lula já promoveu um aumento real de 24,46% no valor do salário mínimo, de acordo com o Dieese. O presidente assumiu com o mínimo de R$ 200,00.

Para bancar o impacto deste reajuste nas contas públicas, o governo vai aumentar o orçamento federal em R$ 5,6 bilhões, pois o orçamento inicial previa salário mínimo de R$ 321,00. Já o reajuste da tabela do IR provocará uma redução de R$ 1,1 bilhão na arrecadação federal em 2006.

Marcha a Brasília abre debates

A decisão de ontem encerrou um processo de negociação que começou em 30 de novembro, quando a CUT realizou a Marcha a Brasília pela valorização do mínimo. Os sindicalistas propunham um salário de R$ 400,00 e a correção na tabela do IR em 10%. O governo rebateu com R$ 340,00 para o mínimo e quis adiar a correção da tabela.

Na semana passada as negociações evoluíram e chegouse a um acordo em torno do valor de R$ 350,00. Mas havia divergências quanto ao mês de aplicação. Também não havia consenso em relação ao índice de correção do IR. Os sindicalistas condicionavam os 8% à antecipação do reajuste do mínimo para abril.