Ministério Público também quer falência da Fris
O Ministério Público
Estadual (MPE) concorda
que não há outra saída senão
a falência da Fris Moldu
Car, como querem os
trabalhadores. A falência é
a única forma do pessoal
receber o que a fábrica lhes
deve.
A manifestação do
MPE foi apresentada na
semana passada ao juiz
Gersino do Prado, da 7ª
Vara Cível de São Bernardo,
mas mesmo assim os
patrões insistem em voltar
a operar, como pode ser
visto nas faixas colocadas
na cerca da fábrica. Os donos
da empresa afirmaram
ainda que há gente interessada
na compra de parte do
patrimônio, mas sem revelar
quem é.
Depois do pronunciamento
do MPE, o prazo do
juiz é de 15 dias. No entanto,
o diretor do Sindicato, José
Paulo Nogueira, teme que a
decisão acompanhe decisões
anteriores desfavoráveis aos
trabalhadores.
Para o dirigente, esse argumento
de que existem interessados
no patrimônio pode
ser uma nova jogada para o
adiamento de uma decisão
definitiva sobre a falência.
Enquanto isso, os companheiros
continuam sem
receber nada. A maioria deles
pôde dar baixa indireta na
carteira pela Justiça do Trabalho
e conseguiu resgatar o
que tinha de saldo do FGTS.
Mas isso está longe dos R$
17 milhões em direitos que a
Fris deve a todos.
Na última assembléia
de credores, no final de
maio, os trabalhadores na
fábrica rejeitaram por unanimidade
o plano de recuperação
judicial apresentado
pela Fris por ele reduzir os
valores a serem pagos a cada
companheiro.
Em casos de rejeição
em assembléia, a lei de recuperação
judicial determina
que a decisão do juiz só
pode ser a decretação da
falência. Esse também foi o
entendimento do MPE.