Ministra pede ao Congresso que aprove Comissão Nacional da Verdade

A melhor homenagem que podemos fazer aos mortos e desaparecidos da ditadura militar é aprovarmos o projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. A declaração é da ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que participou na manhã na quarta-feira, 16, da abertura da exposição sobre o ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido desde janeiro de 1971, durante o regime militar.

A abertura da exposição, que faz parte do projeto Direito à Memória e à Verdade, contou com a presença das filhas e netos de Rubens Paiva, além de dezenas de deputados, escritores e ativistas de direitos humanos.

“Estamos desafiados a manter a memória e a verdade entre nós. Queremos que todos os familiares dos mortos e desaparecidos da ditadura encontrem no texto constitucional a dignidade, o respeito e o tributo democrático que todos nós brasileiros temos para com as pessoas que lutaram, muitas vezes dando a sua própria vida, pela democracia deste país”, disse a ministra. Rosário emocionou a todos ao pedir que os familiares de Rubens Paiva fizessem, simbolicamente, a chamada do militante, insinuando que o mesmo encontrava-se presente no parlamento, tal qual esteve, pouco antes de ser subtraído pelo regime militar.

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que Rubens Paiva continua presente no parlamento brasileiro, por toda a sua coragem e irresignação contra um dos períodos mais negros da história do país. “Rubens Paiva tomou posse conosco no dia 1º de fevereiro de 2011. A nossa missão é resgatar e escrever esse período da história do Brasil, que é desconhecido da maioria da sociedade brasileira”, disse o líder petista.

Ao fazer a abertura da exposição, a deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, explicou que a mostra sobre Rubens Paiva tem a importante missão de trazer à tona a história de dezenas de outros brasileiros, que assim como o homenageado, lutaram dignamente pela democracia brasileira. “Temos uma dívida de gratidão com este justo brasileiro. Queremos resgatá-lo porque reconhecemos o grande lutador que foi”, destacou.

Homenagem
Presente no evento, o deputado Luiz Couto (PT-PB) propôs dar ao PL 7376/10, que cria a Comissão Nacional da Verdade, o nome de Rubens Paiva, após sua aprovação no Congresso. “Estamos nesta caminhada, não apenas para mantermos a memória, mas pela verdade, que nos liberta e pela justiça. Sem estas três etapas, não vamos conseguir cumprir nossa missão”, disse.

Durante a cerimônia também foi lançado o livro “Segredo de Estado – o desaparecimento de Rubens Paiva”, do jornalista e escritor Jason Tércio. A mostra ficará exposta na Câmara até o próximo dia 25, no Hall da Taquigrafia, Anexo II.

Do PT na Câmara