Ministros definem políticas trabalhistas para o Mercosul
Carlos Lupi sugeriu a criação de um centro de formação e capacitação de trabalhadores e pessoal técnico para desenvolvimento tecnológico dos países associados
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, sugeriu na segunda-feira a criação de um centro de formação e capacitação de trabalhadores e pessoal técnico para desenvolvimento tecnológico do Mercosul e países associados. A idéia, que faz parte do esforço concentrado entre os países da América do Sul para integração, foi anunciada no Rio de Janeiro, onde o Lupi preside reunião com outros seis ministros do Trabalho da América do Sul.
Os representantes das pastas de cada um dos países do Mercosul e associados assinaram uma declaração, na qual reafirmam o compromisso de avançar no diálogo político com a Comunidade Andina e de aprofundar os temas da dimensão sociolaboral do Mercosul, com ênfase na geração de emprego produtivo e trabalho decente como centro dos planos de desenvolvimento.
Participaram do encontro a vice-ministra do Trabalho da Argentina, Noemi Ríal; ministro do Trabalho paraguaio, Blas Llano; Eduardo Bonomi, ministro do Trabalho uruguaio; o ministro do Poder Popular para o Trabalho da Venezuela, Roberto Hernández, e o representante chileno, Marcos Ruiz. “Este encontro significou um grande avanço no sentido de aprofundar as relações entre os países da América do Sul, para que cada vez mais possamos promover na região o trabalho decente e garantir os direitos trabalhistas”, afirmou Lupi.
Pro Tempore – O Brasil assumiu em julho a Presidência Pro Tempore do Mercosul e, como desdobramento da agenda de 2008, aconteceu a reunião de ministros de Estados Parte e Associados do Bloco. O diálogo interministerial abordou, entre outras questões, o cenário internacional e os possíveis impactos da atual crise financeira dos Estados Unidos sobre o emprego no Mercosul e na América Latina como um todo. “O mercado de trabalho vive um momento único no País. Este ano, apesar da crise, iremos gerar mais de dois milhões de novos empregos com carteira assinada, um recorde histórico. Acho que o mercado só deverá sofrer algum impacto no segundo semestre do ano que vem, assim mesmo, muito pequeno”, avaliou o ministro.
Para Lupi, o encontro representou um importante passo para que as reivindicações dos trabalhadores possam avançar de maneira uniforme em todo o bloco. “É uma oportunidade de unirmos esforços em torno de necessidades comuns para garantir que a luta dos trabalhadores resulte na melhoria das condições de emprego em toda a região”, destacou Lupi.
Cenário – A análise do cenário internacional serve a dois objetivos básicos: primeiro, promover maior aproximação entre os países – Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru – por meio do diálogo e troca de impressões sobre a realidade da região no contexto da crise econômica mundial, iniciada nos Estados Unidos. O encontro promoveu também a orientação para os trabalhos do Grupo de Alto Nível de Emprego “Estratégia Mercosul de Crescimento do Emprego”, o Ganemple e dos órgãos sociolaborais do Mercosul. Estes dois subsetores do Bloco definem os assuntos correlatos à geração de emprego.
Outro ponto em debate é como o Mercosul dialoga com demais espaços internacionais, a exemplo da Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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