Miséria cai 8% em 2004

A combinação entre crescimento econômico com melhor distribuição de renda levou a  miséria cair 8% em 2004 no Brasil. A queda é tão significativa que basta comparar com o que aconteceu nos oito anos de FHC, quando a porbreza diminuiu 1,8% anuais, em média. As conclusões estão no estudo Miséria em queda: Mensuração, Monitoramento e Metas, coordenado pelo economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo o pesquisador, o percentual de pessoas que vivia com uma renda inferior a R$ 115,00 por mês no País passou de 27,26%, em 2003, para 25,08% no ano passado. É o menor índice desde 1992. Isto significa que, só em 2004, cerca 2,6 milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis, número equivalente a população de Salvador, a terceira maior cidade do País.

“A queda ocorreu devido aos avanços sociais e econômicos ocorridos e à redução do nível de desigualdade do Brasil no período”, explica Néri. “Foi um ano com muita coisa boa, como a recuperação do mercado de trabalho com criação de empregos com carteira assinada e uma nova geração de programas sociais, como o Bolsa Família”, afirma.

Crescimento econômico é o responsável

O economista da FGV afirma que a redução da desigualdade social, em 2004, potencializou os efeitos do crescimento econômico verificados no período.

“O efeito sobre a diminuição da miséria, por exemplo, foi triplicado”, diz Néri. “Mas esse é um processo lento que não se resolve de uma hora para outra”, alerta.

Ele acredita que, se esse ritmo continuar, o Brasil alcançará facilmente as Metas do Milênio defendidas pela ONU.

Para chegar até elas, a redução anual da pobreza deve manter uma média de 2,7% até 2015. “Estamos no caminho certo”, garante Néri.