Mobilização na Mercedes reverte demissões e conquista layoff

O diretor Administrativo do Sindicato e CSE na Mercedes, Moisés Selerges, conduziu a plenária na última sexta

A organização dos trabalha­dores na Mercedes-Benz, em São Bernardo, fez a montadora reverter a decisão de demitir ontem os trabalhadores que ela considera excedentes na produção.

Os companheiros se mo­bilizaram e deram todas as condições para o Sindicato negociar o layoff e terão seus contratos suspensos por um período que pode variar de dois a cinco meses. Entrarão em layoff os companheiros que estão em licença remunerada e outros que também estavam com seus empregos ameaçados pela empresa.

A proposta foi negociada com a Mercedes pela repre­sentação dos trabalhadores e o Sindicato e aprovada por cerca de 400 companheiros que estão em licença remunerada em assembleia realizada na tarde da última sexta, dia 30, na Sede dos Metalúrgicos do ABC.

Outra conquista do acor­do, além de suspender as de­missões, é a possibilidade da empresa acabar com o layoff caso seja aprovada a Proposta de Proteção ao Emprego (PPE), que está em discussão no gover­no federal.

A diferença entre as duas alternativas é que, pelo layoff, o trabalhador recebe uma bolsa de qualificação do governo e tem seu salário líquido com­pletado pela empresa enquanto durar a suspensão do contrato. Neste período, é necessário que faça um curso de qualificação.

Já pelo PPE, os companhei­ros são afastados de seus postos, mas continuam vinculados à empresa e recebendo seus salários. A jornada é reduzida em 20% a 50% e o governo arca com 60% a 80% do valor equivalente as horas reduzidas, sendo a diferença bancada pela fábrica. A proposta não aumen­ta os gastos públicos porque o dinheiro do governo viria do seguro-desemprego.

“Isso tudo resolve nosso problema conjuntural, nosso problema de momento”, afir­mou o diretor de Comuni­cação do Sindicato e CSE na Mercedes, Valter Sanches. “A prioridade para o Sindicato é negociar medidas com o go­verno federal que incentivem o setor automotivo, em especial o de caminhões, e protejam os empregos. E também negociar com a empresa o futuro dos produtos e da fábrica, que é o que pode assegurar os postos de trabalho em longo prazo”, finalizou Sanches.

Da Redação