Modelo de desenvolvimento econômico brasileiro é objeto de estudo em universidade italiana
Curso de ciência política da Universidade de Bolonha aprofunda análise sobre as diferentes economias no mundo
Governos democráticos-populares no Brasil e em vários países latino-americanos demonstraram no último período que a superação à crise internacional deve ser traçada a partir de um modelo de desenvolvimento com maior participação do Estado, fortalecimento do mercado interno e políticas afirmativas que possibilitem a inclusão social da população mais pobre e garantam justiça social, emprego, consumo, renda e, consequentemente, crescimento econômico.
A orientação progressista das políticas econômica e social no Brasil acabou tornando-se objeto de estudo na Universidade de Bolonha, Itália, considerada a primeira universidade do mundo ocidental.
Alessando Alberani, secretário-geral da CISL (Confederação Italiana de Sindicatos dos Trabalhadores), explica que o estudo faz parte do curso de ciência política. Todos os anos procura-se aprofundar a análise sobre os modelos de desenvolvimento econômico de diversos países mundo, mas Alberani destaca que o modelo brasileiro é considerado um dos mais interessantes, com destaque especial para os governos Lula e Dilma.
Uma novidade para este ano é que a Universidade disponibilizou pela primeira vez 500 bolsas de estudos para estudantes brasileiros. O pacote inclui também estágio em uma empresa italiana que já tem contato com o Brasil.
“É uma estudo comparativo que existe há muitos anos com o objetivo de entender as diferentes economias latino-americanas e de outros países no mundo. Na Itália, os problemas principais da crise foram à queda do poder aquisitivo dos salários, freio no nível de consumo, redução de investimento, crise do emprego, aumento da desigualdade. Já Lula fez o oposto. Aumentou o salário mínimo, criou uma política de consumo e investimento interno, diminuiu a desigualdade e o desemprego. Do ponto de vista teórico, se poderia falar em um verdadeiro projeto de bem-estar social moderno”, analisou Alberani.
O secretário-geral da CISL destacou que num cenário de grandes dificuldades para a classe trabalhadora italiana, a entidade tem trabalhado a estratégia sindical sob dois conceitos chaves: solidariedade e responsabilidade. “Solidariedade porque caiu a possibilidade de emprego, portanto é preciso distribuir entre os trabalhadores aquelas possibilidades existentes. Responsabilidade porque o sindicato deve ser uma entidade participativa em sua ação na sociedade”, disse.
Intercâmbio – parceira histórica da CUT, a CISL em conjunto com a Federação dos Metalúrgicos, teve uma contribuição determinante na construção da Escola Sindical 7 de Outubro, em Belo Horizonte, fundada em 29 de agosto de 1987. Também colaborou na reformulação e construção dos cursos promovidos pelo Instituto Cajamar e, posteriormente, em outros projetos, como a Escola Móvel de Formação e Fortalecimento Sindical, iniciativa da Escola Nordeste.
Franco Patronani, responsável pelo Instituto Nacional de Assistência Social da CISL, acompanhou a formulação e condução dos primeiros projetos de intercâmbio entre as entidades e acredita que o crescimento e a consolidação da CUT demonstram o êxito na condução da política de formação de dirigentes e militantes.
Os dois dirigentes integram uma delegação da CISL que está no Brasil para dar continuidade ao processo de intercâmbio com a CUT, seja na área de formação, como também na possibilidade de realização de seminários sobre imigração e aprofundamento na colaboração com os projetos do Instituto de Cooperação Sindical e do Instituto Nacional de Assistência Social da Confederação italiana já iniciados no Brasil.
Da CUT