Monitoras do Sabina são demitidas após denúncias em Santo André

Danielly Patucci e Vânia de Jesus creditam demissão a fatores políticos; Instituto Ideal tentou reverter, mas não conseguiu

Danielly Ribeiro Patucci e Vânia de Jesus, as duas monitoras do parque Sabina que denunciaram suposto crime eleitoral cometido por funcionários comissionados da Prefeitura, foram demitidas na última segunda-feira (03/01), primeiro dia útil de 2011. As monitoras creditam a demissão a fatores políticos.

Durante as eleições de 2010, Danielly e Vânia afirmaram que foram coagidas a trabalhar nas campanhas de Campos Machado (PTB – deputado estadual) e Arnaldo Faria de Sá (PTB – deputado federal), além de votar na dupla de correligionários do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB).

“Nos chamaram ao prédio do Ideal na segunda e simplesmente nos demitiram. Diante de toda pressão e ameaça que estávamos passando no Sabina, acredito que isso tenha sido até o melhor”, afirma Vânia.

Vai e volta 
Após saber das demissões, a reportagem do ABCD MAIOR procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santo André. Na terça-feira (04/01), um dia após as demissões, a Administração afirmava que as monitoras não tinham sido demitidas. Já na quarta-feira (05/01), quando Danielly e Vânia se apresentaram a sede do Instituto Ideal para realizar o exame demissional, a surpresa: o Instituto tentou rever as demissões.

“Depois que o jornal procurou a Prefeitura eles me disseram que minha demissão foi um erro. Mesmo assim, eu decidi não continuar”, desabafou Vânia. A Prefeitura afirma que as demissões e contratações de funcionários terceirizados é de responsabilidade das entidades sociais.

Caso
A denúncia, encaminhada ao MP (Ministério Público), aponta que todos os monitores do Sabina teriam sido achacados a trabalhar nas eleições pelos coordenadores do Sabina, Luzia Medrado, Adriana Smeets e José Marcos da Silva – representando a diretora do Parque, Silvia Fernanda Sanches.

Chantagem
Ainda de acordo com Vânia, as promoções de cargos no Sabina também eram políticas. “Uma vez eu questionei como eram feitas as promoções. Adriana, minha coordenadora, me disse que era preciso se alinhar politicamente com a Prefeitura”.

Do ABCD Maior (Júlio Gardesani), publicada em 07/01