Montadoras alertam Reino Unido sobre fechamento de fábricas caso Brexit não seja revisto
Stellantis e Ford pressionam governo britânico para renegociar tributação sobre veículos para a União Europeia
A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) ainda ecoa na indústria automotiva. Depois da Ford, agora é a vez de a Stellantis pressionar o governo da Grã-Bretanha para que o acordo do Brexit seja renegociado para evitar o fechamento de fábricas locais. Terceiro maior grupo automotivo do mundo, a Stellantis alega que, a partir de 2024, suas vans elétricas produzidas no Reino Unido serão tributadas acima do planejamento inicial da fabricante para serem vendidas nos países membros da UE.
O acordo comercial estabelecido quando o país deixou o bloco europeu, em 2020, prevê uma tributação que privilegia o conteúdo local no caso dos veículos elétricos. Ou seja, a partir de 2024, um EV produzido no Reino Unido só fica isento de tarifas para ser vendido na UE se tiver 45% de nacionalização. A Stellantis quer que a Grã-Bretanha e a União Europeia estendam as regras automotivas atuais até 2027.
O mesmo pedido foi feito pela Ford ao conselho econômico da UE semanas atrás. “As tarifas atingirão as fabricantes do Reino Unido e da UE, por isso é vital que o Reino Unido e a UE cheguem à mesa para chegar a um acordo sobre uma solução”, afirmou a montadora norte-americana, em comunicado oficial. Além disso, diversas empresas dizem que o Reino Unido também precisa atrair fabricantes de baterias para garantir o futuro de sua indústria automotiva.
Na mesma nota oficial, a Ford chega a alertar que as novas alíquotas que entrarão em vigor no próximo ano podem desacelerar a transição para carros elétricos. O drama da Grã-Bretanha reside em sua capacidade para atingir os índices de regionalização dos veículos e de sustentar uma cadeia de veículos elétricos. Segundo analistas europeus, desde que o Reino Unido deixou a UE não foram erguidas nenhuma das chamadas gigafábricas de baterias.
Do Automotive Business