Montadoras chinesas investem em fábricas no Brasil
Duas das maiores companhias do país, a Great Wall Motors e a BYD apostam na produção local das sedes de Iracemápolis (SP) e Camaçari (BA)
Regras mais claras no plano econômico, como a retomada da alíquota para importação de veículos automotores, devem facilitar ainda mais o avanço do carro chinês no Brasil, agora sob os auspícios da produção local. Pelo menos dois grandes fabricantes chineses, a Great Wall Motors (GWM) e a BYD anunciaram recentes investimentos milionários, visando a ocupar mais espaço no mercado brasileiro de automóveis, e não mais apenas por meio da importação.
A GWM mantém a decisão, anunciada em meados de 2023, de investir R$ 10 bilhões em dez anos, que envolvem a compra da fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, e também a criação de uma rede de concessionárias, a contratação de profissionais especializados e o desenvolvimento e os testes de veículos desenhados especialmente para o mercado local. Os primeiros R$ 4 bilhões estão sendo investidos a partir deste ano e seguem até 2026.
A BYD, que opera no mercado brasileiro desde 2015, quando começou a produzir chassis de ônibus elétricos em Campinas (SP), trouxe seu primeiro SUV elétrico, o TAN EV de sete lugares, em meados de 2021, e em 2023 investiu R$ 65 milhões em pesquisa e desenvolvimento em energia limpa. A partir deste ano, vai desembolsar em torno de R$ 3 bilhões para instalar três linhas de produção dentro do complexo fabril, em Camaçari (BA), além de construir um centro de P&D em Salvador (BA).
O cenário econômico atual é mais do que propício para o crescimento do mercado de veículos elétricos, avaliam os empresários. No Brasil, os fabricantes chineses venderam 32,1 mil unidades dos quase 94 mil veículos elétricos leves comercializados no ano passado — aumento de 347% em relação a 2022.
Do O Globo