Montadoras chinesas serão cada vez mais internacionais
Com parcerias ou investimentos próprios em outros países, empresas substituirão paulatinamente as exportações nos próximos anos
Com a imposição de tarifas e outras barreiras comerciais a veículos importados em vários mercados, ter alternativas locais às importações de produtos fabricados na China tem sido alternativa muito estudada e implementada por alguns fabricantes chineses. Se de um lado a China precisa dar conta de ocupar o máximo possível sua gigantesca capacidade produtiva interna de cerca de 46 milhões veículos anuais, com excedente médio da ordem de 15 a 16 milhões sobre o consumo interno, a internacionalização das marcas e os riscos geopolíticos incentivam o estabelecimento de bases produtivas em diversos outros países.
A China deve ultrapassar 6,5 milhões de unidades exportadas em 2025, segundo cálculo da consultoria S&P Global Mobility. Até setembro, foram praticamente 5 milhões, sendo 35% de eletrificados e tendo Chery, BYD e Saic como as maiores exportadoras. A substituição de parte relevante das exportações de veículos da China por produtos fabricados em outros países pelas marcas chinesas, portanto, será bastante gradual.
A Chery já contabiliza mais de uma dezena de plantas no exterior e a BYD planeja sua terceira unidade produtiva na Europa, bases não só de modelos elétricos, mas também de híbridos e outras tecnologias. Ter linhas de montagem em outros países, entretanto, não significa partir do zero. Assim como a Geely no Brasil, os fabricantes chineses podem e estão lançando mão também de joint ventures ou mesmo alocando espaço em plantas de parceiros globais já estabelecidos ou mesmo de pequenas montadoras locais.
Changan, com a Caoa Montadora, GAC, com a HPE, são dois concretos exemplos de como essa estratégia industrial chinesa desembarcará por aqui. A Leapmotor chegará por outra vertente. Seus elétricos e híbridos sairão da Goiana, PE, conforme antecipou Herlander Zola, presidente da operação sul-americana da parceira global Stellantis, no Salão do Automóvel de São Paulo, na semana passada.
Do AutoIndústria