Montadoras dos EUA estão praticando aumentos “escondidos”, por causa da política comercial do país
Comprar um carro novo nos Estados Unidos está ficando cada vez mais caro — e não é só culpa da inflação. Sem alarde, as montadoras têm repassado o custo das tarifas impostas por Donald Trump de maneira quase invisível, retirando incentivos, encarecendo financiamentos e elevando taxas que antes passavam despercebidas pelos consumidores.
O preço final do veículo pode até continuar igual, mas o que sai do bolso do comprador cresceu significativamente. Desde que Trump implementou tarifas de 25% sobre veículos importados, os efeitos começaram a surgir nos bastidores das concessionárias. Os descontos promocionais, que chegavam a reduzir até 10% do valor dos carros, hoje mal passam de 6,7%. O financiamento com taxa zero, antes comum, praticamente desapareceu.
Para completar, o valor cobrado pela entrega do veículo, uma despesa obrigatória para todos os compradores, subiu entre 40 e 400 dólares, conforme dados da Edmunds. O golpe não é só financeiro, mas também psicológico. Montadoras têm evitado mexer nos preços sugeridos para não virar alvo de críticas — e tuítes explosivos — do ex-presidente, como já aconteceu com o Walmart.
Em vez disso, criaram um verdadeiro malabarismo contábil para repassar os custos das tarifas sem alterar oficialmente os preços. Mas os compradores sentem no bolso: o valor médio de um carro novo nos EUA saltou para 48.699 dólares em abril, o maior aumento mensal dos últimos cinco anos. Essa elevação generalizada deve se tornar mais evidente a partir de junho, quando os estoques de carros importados antes das tarifas finalmente se esgotarem.
Do Notícias Automotivas