Montadoras dos EUA mostram sinais de recuperação

O Salão Internacional do Automóvel da América do Norte (NAIAS) abriu nesta segunda-feira, 10, no Cobo Hall, em Detroit, com as entrevistas coletivas à imprensa, dando novas indicações de que a recuperação das montadoras norte-americanas ganha força.

O dia 11 é dedicado também aos jornalistas. Os dois dias seguintes serão reservados aos profissionais da indústria e no dia 14 ocorrerá o Charity Day, que arrecada fundos para instituições que cuidam de crianças carentes. O público terá acesso ao salão de 15 a 23 de janeiro.

O primeiro grande evento da feira foi o anúncio do Chevy Volt, destaque do retorno da General Motors após a concordata e prêmio de carro norte-americano do ano de 2011. Entre os indicados também estavam lançamentos da japonesa Nissan Motor e a coreana Hyundai Motor.

A mais nova versão do veículo utilitário Explorer, da Ford Motor, por sua vez, ficou com o prêmio de utilitário do ano — é o terceiro ano seguido que a Ford domina a categoria.

A liderança de montadoras norte-americanas nos prêmios, escolhidos por 49 jornalistas do setor, abriu a feira com otimismo para as 3 grandes montadoras de Detroit. A feira é a primeira de uma leva de eventos em que montadoras brigam por atenção para seus novos modelos antes que cheguem às concessionárias.

“O Volt de fato representa a alma ou essência da nova General Motors”, disse o vice-presidente de operações de produto globais da GM, Tom Stephens, ao receber o prêmio.

O título, segundo Stephens, simboliza o reconhecimento da “criatividade, perseverança e dedicação de milhares de funcionários” que continuaram “mesmo durante os dias mais sombrios da GM”.

A indústria de automóveis dos EUA quebrou uma série de quatro anos seguidos de quedas nas vendas em 2010, além de fechar os últimos três meses do ano acima da taxa anual de 12 milhões de unidades. A maioria dos analistas espera um crescimento de dois dígitos nas vendas de 2011 e ainda mais ganhos em 2012.

A última vez em que o mercado norte-americano teve três anos consecutivos de crescimento significativo nas vendas foi no final da década de 1990, quando as montadoras de Detroit ainda lideravam o mercado.

Para o estrategista-chefe de investimentos da Wells Capital Management, James Paulsen, as vendas anualizadas nos EUA podem atingir 15 ou 16 milhões de unidades até o final de 2011.

Outros analistas já têm previsões mais conservadoras para 2011, dadas as taxas de desemprego persistentemente altas do país e as perspectivas ainda incertas para o mercado imobiliário.

O diretor de projeções da J.D. Power and Associates, Jeff Schuster, espera que as vendas de automóveis dos EUA atinjam 12,8 milhões de unidades em 2011 e cresçam para 15 milhões em 2012.

A previsão para 2011, no entanto, pode ser elevada, acrescentou. “Acho que após o crescimento forte do quarto trimestre, é mais provável que haja uma chance de alta que uma revisão para baixo”, disse Schuster em reunião da Sociedade de Analistas Automotivos, no domingo, em Detroit.

Otimismo
Se austeridade foi a palavra-chave das últimas três edições da feira de Detroit, então os temas que dominarão as apresentações deste ano são crescimento e novos investimentos, visando capitalizar sobre o movimento de alta.

Um sinal da confiança renovada da indústria é o fato de que o número de lançamentos na edição deste ano da feira vai mais que dobrar para 40 veículos, ante os 18 novos modelos apresentados em 2010.

Outro tema central em Detroit será o lançamento de modelos compactos, elétricos e híbridos por todas as grande montadoras.

Isso inclui uma versão maior do Prius da Toyota, líder do mercado de híbridos, e o primeiro sedã compacto do clássico modelo Buick, da GM, além do Curb da Hyundai.

A montadora sul-coreana cresceu a uma taxa de 24 por cento em 2010, duas vezes mais que o mercado como um todo, ganhando participação sobre rivais com preços competitivos e uma reputação de excelente qualidade.

Da Agência Estado, com informações de David Bailey, da Reuters