Montadoras ´emergentes´ ampliam investimentos no Brasil

Fabricantes coreanos, indianos e chineses anunciam que vão investir no mercado brasileiro. Mercedes-Benz também acena com mais investimentos

O Salão de Genebra abriu as portas ontem com uma cena rara: centenas de jornalistas invadindo o estande da Toyota atrás de informações sobre o maior recall da sua história. Enquanto isso, fabricantes emergentes (coreanos, indianos e chineses) anunciavam investimentos no Brasil.

A chinesa Byd pretende exportar seus modelos para o Brasil ainda neste ano. Segundo Henry Li, gerente-geral de exportação da Byd, há estudos de parceria com o grupo Caoa, que já representa as marcas Hyundai e Subaru. Li, porém, afirma que não levará o modelo F3, uma cópia exata do antigo Corolla. A aposta será no sedã G3 e no subcompacto F0. “Vamos investir em carros pequenos, com motores 1.0. Queremos fazer volume no Brasil.”

A Tata está um pouco atrás. Ravi Kant, vice-presidente do grupo indiano, disse   que irá vender o Nano no Brasil em 2011. O Nano, porém, não custará US$ 2.500, como na Índia. O preço deve chegar ao equivalente a US$ 5.000, como ocorre com o Nano Europa. Ele recebeu equipamentos de segurança e reforço na carroceria para se adequar às leis locais. O carro pode ser o mais barato do país, posto hoje do Fiat Mille.

A coreana Kia também almeja o mercado nacional. Em 2009, suas vendas no país cresceram 24,7% e chegaram a 26 mil unidades. No mundo, foi uma das poucas montadoras que não caíram durante a crise. Aliás, cresceu 20,1% no ano passado ante 2008.

Daí a pressa em lançar o novo Sportage no mercado brasileiro. Para a Europa, o utilitário esportivo será feito na Eslováquia e vendido a partir de maio. Para o Brasil, virá da Coreia do Sul e chegará até julho.

Segundo ele, o plano de fabricar carros do grupo Hyundai-Kia no Brasil foi suspenso.

Renault

O brasileiro Carlos Ghosn, presidente do grupo Renault-Nissan, confirmou a venda do compacto March no Brasil (na Europa, chama-se Micra). Será feito em quatro países, entre eles o México. “O mercado do Brasil é muito bom. Já vendem 3 milhões de carros por ano e crescem rapidamente. Por isso todos estão investindo lá”, diz.

Talvez por isso a Mercedes-Benz também esteja querendo aumentar a produção da ociosa fábrica de Juiz de Fora (MG), que já produziu Classe A e hoje monta cerca de 18 mil CLC por ano. A planta vai receber a nova família de carros pequenos da marca alemã.

Folha de S.Paulo