Montadoras enviam ao exterior R$ 9 bilhões faturados no Brasil em 2011

Dados do Banco Central provam que enquanto governo incentiva produção nacional empresas não cumprem sua parte e remetem lucros para o exterior

O Banco Central anunciou na semana passada e o jornalista Pedro Kutney divulgou em artigo no site Automotive Business, que as montadoras de automóveis instaladas no País são o setor que mais remeteu lucros e dividendos ao exterior no ano passado.

Os próprios fabricantes registraram no banco o envio de R$ 9 bilhões, o maior valor de todos os tempos e 36% superior a 2010. Kutney nota que as remessas recordistas ao exterior acontecerem justamente no momento em que as matrizes dessas montadoras atravessam sérias crises nos mercados dos Estados Unidos e Europa.

Em outras palavras, é muito provável que as empresas estejam usando o faturamento de suas fábricas nos países emergentes para compensar as perdas das matrizes.

Outro ponto que o jornalista chama a atenção é que no ano passado a produção das fábricas brasileiras de veículos avançou apenas 0,7% sobre 2010. Ou seja, produziu-se quase o mesmo e, ainda assim, foi possível remeter um lucro 36% maior que no ano anterior.

Como as montadoras não publicam no Brasil nem no exterior qualquer dado sobre o tema, ninguém sabe como as empresas chegam a esses números.
Ele considera que este comportamento torna desconfortável a posição das montadoras, que dizem enfrentar aqui custos altos de toda natureza e vivem solicitando incentivos fiscais e financiamento público de investimentos, ao mesmo tempo em que remetem altos lucros para o exterior. 

E a parte das empresas?
A remessa de lucros pelas montadoras ao mesmo tempo em que essas empresas pedem incentivos fiscais no País é um problema abordado com frequência pelo Sindicato nos últimos meses.

Segundo a entidade, o governo federal cumpre sua parte e auxilia com a diminuição de impostos e outros incentivos às empresas para proteger a produção nacional.

Empresas e empresários, porém, não cumprem sua parte e em vez de investirem também em inovação para melhorar a qualidade e oferecer aos consumidores produtos de melhor qualidade, a um custo menor e preço competitivo, remetem seus lucros para as matrizes.

SAIBA MAIS
“Empresários precisam fazer sua parte”, diz Sérgio Nobre 

Da Redação