Montadoras garantem crescimento regional

Especialistas afirmam que setor automotivo impulsiona elevação do PIB do ABCD; crescimento econômico é maior na Região do que no País e no Estado

A economia do ABCD está crescendo mais que a da Capital e a do País. No último trimestre de 2010, o PIB (Produto Interno Bruto) da Região registrou uma elevação de 10% e superou o resultado estadual (6,9%) e o nacional (8,4%). Ao contrário do Estado, onde o setor de serviços é o que mais avança, na Região, o setor industrial é o agente mais importante para o desenvolvimento da economia. No ano passado, as indústrias do ABCD cresceram 15% e superaram o resultado do setor em todo o País (12%) e no Estado (9%).

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (24/02), pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas) e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), no Consórcio Intermunicipal, em Santo André.

De acordo com o diretorsuperintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, os dados mostram que a Região não passa por um processo de desindustrialização. “A economia do ABCD é movimentada pela forte pujança das montadoras. Mas, vale destacar que setores como o metalmecânico, da borracha e plástico e o Polo de Noivas também começam a se destacar e apresentar resultados expressivos”, disse.

Caetano avalia também que a Região caminha para se tornar uma economia diversificada nos próximos anos. “As indústrias estão buscando inovações para se diferenciar cada vez mais uma das outras. O setor de serviços está em expansão, mas o responsável por isso são as indústrias, que possuem uma demanda excessiva por serviços prestados e acabam fazendo com que até o comércio acabe se expandindo”, fi nalizou.

Para o economista da Fipe, André Chagas, o desempenho da Região está atrelado ao fato do mercado interno estar muito mais aquecido do que nos anos anteriores. “O aumento da massa salarial, o crédito facilitado e a inadimplência cada vez menor passaram a impulsionar o mercado interno. Com o aumento do consumo, as empresas tiveram de expandir a produção. Assim, as indústrias da Região puderam melhorar seus resultados e contribuir para o crescimento do ABCD”, afi rmou.

Chagas avalia ainda que apesar do ABCD ter conquistado uma expansão considerável, ultrapassando os resultados estadual e nacional no fi nal do ano passado, é preciso que o poder público regional planeje a Região para o futuro. “Os prefeitos precisam se reunir para defi nir qual traçado a economia regional seguirá: se mantém as montadoras como as principais responsáveis pelo crescimento ou se focam na expansão do setor de serviços, que também começa a despontar”, ponderou.

Na opinião do secretário de Desenvolvimento Econômico e Relações do Trabalho de São Caetano, Celso Amâncio, a pujança da indústria automotiva é praticamente absoluta. “A nossa Região caminha, de fato, para diversidade. O resultado apresentado mostra que a indústria e os setores de comércio e serviços estão caminhando juntos. Sendo assim o ABCD deverá continuar sendo o foco dos investidores”, afi rmou.

Para o diretor da regional São Bernardo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de Sao Paulo), Mauro Miaguti, o crescimento industrial pode ser ainda maior. “O governo estadual e federal devem elaborar planos de incentivo para que as empresas possam continuar crescendo”, destacou. 

Do ABCD Maior