Montadoras não vão baixar preço nem tecnologia para voltar com carro popular, diz especialista

O governo federal deve anunciar nesta quinta-feira (25) um programa de incentivo para a volta do “carro popular” no Brasil. Neste dia, quando se celebra o Dia da Indústria, os empresários aguardam o possível lançamento das primeiras diretrizes de um plano de política industrial, ainda em estágio inicial. A intenção do governo com a volta deste segmento é oferecer veículos com preço até R$ 55 mil, de acordo com alguns anúncios já feitos por autoridades sobre o assunto.

Mas, ter carros nesse patamar, segundo especialista consultado pela CNN, é muito difícil nos parâmetros de tecnologia, segurança e comodidade que os veículos oferecem hoje.  Antonio Jorge Martins, coordenador dos cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), faz um comparativo com os produtos eletrônicos que existem hoje no mercado e que também são caros.

“O celular, por exemplo, é uma evolução que não vai mais voltar. Ninguém quer um celular ‘tijolo’ como os antigos, só para pagar mais barato. Ninguém quer mais televisão de tubo. Esse é o mesmo movimento com os carros”. Para algumas montadoras e para os concessionários, o tema é visto com certa urgência em um momento de queda de vendas, fábricas suspendendo a produção e sindicatos de trabalhadores temendo demissões.

Na visão do especialista, é difícil voltar com os carros populares somente por meio da redução de impostos que ficam ao encargo do governo federal — impostos de importação, IPI e PIS Cofins. “Fica muito difícil de reduzir o preço de um veículo de tal forma a alcançar um patamar R$ 50.000, já que hoje o patamar está da ordem de R$ 70.000. ” O especialista da FGV completa dizendo que as montadoras não são de baixar preço, apenas alteram as condições de comercialização.

Da CNN Brasil