Montadoras ocidentais precisam da China para sobreviver à era elétrica
Gigantes como Audi, GM e VW agora dependem da tecnologia chinesa para competir globalmente
Cada vez mais montadoras que antes atuavam como “parceiras seniores” em joint ventures estão recorrendo aos antigos “parceiros juniores” para obter vantagens em baterias, software e técnicas de produção. A esperança é aprender rápido o suficiente para competir no cenário automotivo mais competitivo do mundo — um mercado repleto de clientes que exigem o que há de mais novo e avançado.
Há dez anos, as montadoras ocidentais prosperavam com as vendas na China. Hoje, várias perderam espaço nos últimos anos, à medida que os consumidores passaram a preferir marcas locais mais alinhadas com suas preferências. As vendas da Audi, por exemplo, caíram 11% na China em 2023. Um mercado que prometia ser uma fonte interminável de lucros virou uma dor de cabeça constante.
Enquanto isso, anos de subsídios locais e estaduais agressivos, competição interna feroz e o domínio quase absoluto da cadeia global de baterias renderam frutos para as marcas chinesas. Clientes locais estão migrando para carros da XPeng, Nio, BYD, Zeekr e outras. Essas empresas atraem compradores que querem a maior autonomia, a tecnologia mais recente e o melhor preço. E aprenderam a evoluir em altíssima velocidade, o que resultou em mais opções e inovação constante.
Com a Volkswagen a história foi parecida. Com o público chinês perdendo interesse pelo ID.3 e ID.4, a marca revelou três novos conceitos no estilo da XPeng ou Nio: ID. Evo, ID. Aura e ID. Era. A General Motors também segue o mesmo caminho. Com a Buick em baixa na China, a GM aposta na nova plataforma “Xiao Yao” de EVs e EREVs, com apoio da SAIC. A SAIC, que é parceira da GM desde os anos 1990, hoje parece liderar no quesito tecnologia. Mais que guerra de preços, trata-se de uma guerra tecnológica.
Do InsideEVs