Montadoras pedem que governo restrinja importação de carros elétricos
Com foto em estimular a produção local, fabricantes de veículos sugerem cotas para a entrada desses modelos
As montadoras instaladas no país devem apresentar ao governo federal nos próximos dias uma proposta de alteração do imposto de importação sobre os carros elétricos. A ideia é limitar os volumes vindos do exterior porque, no entendimento das fabricantes, a atual alíquota zero representa uma espécie de entrave às empresas que já possuem planos de produção local desses modelos.
O modelo tributário ainda está em definição pela Anfavea, a associação que representa as montadoras. À reportagem, um interlocutor disse que a proposta é aumentar gradualmente o tributo, segundo um cronograma a ser negociado em Brasília (DF). Além do escalonamento, a sugestão é estabelecer um sistema de cotas que limitaria os volumes de carros elétricos que as empresas podem importar, novamente, em esquema gradual.
“Existe um consenso na indústria de que é preciso trazer novas tecnologias para a produção local, as matrizes estão cobrando isso. Reduzir o imposto de importação foi uma grande medida para popularizar a propulsão elétrica, mas chegou o momento de nacionalizar. Se não fizermos isso, ficaremos fora do jogo global”, contou a fonte.
As montadoras argumentam, ainda, que a produção local de modelos elétricos que seria estimulada pela restrição às importações aumentaria a arrecadação fiscal. Além disso, o movimento poderia criar novos postos de trabalho e, principalmente, reduzir uma alegada capacidade ociosa das linhas de produção de veículos do país. O volume de vendas de modelos elétricos no mercado brasileiro vem crescendo ano a ano, ainda que sobre bases pequenas na comparação com as vendas de veículos equipados com motores térmicos.
Do Automotive Business