Montadoras pressionam por tarifas contra avanço chinês no Brasil

Crescimento das importações de carros eletrificados da China preocupa setor automotivo nacional

Não é mais segredo que o mercado automotivo brasileiro vive uma transformação acelerada, impulsionada principalmente pela forte entrada de modelos importados da China. Esse movimento tem gerado reações cada vez mais intensas de montadoras tradicionais e representantes do setor automotivo, preocupados com os impactos sobre a produção nacional e o emprego.

Segundo levantamento da Reuters, o Brasil tornou-se um dos principais destinos das exportações de veículos elétricos chineses. Apenas a BYD, principal fabricante da China, desembarcou mais de 40 mil carros no país nos primeiros meses de 2025. A montadora, que também está investindo em uma estrutura naval própria, vem utilizando uma frota de cargueiros para intensificar sua expansão global, tendo o Brasil como alvo prioritário.

Esse avanço tem causado desconforto entre fabricantes estabelecidas como Volkswagen, General Motors e Stellantis, que atuam há décadas no país com produção local. Representantes da indústria, como a ANFAVEA, e sindicatos do setor defendem a antecipação do aumento das tarifas de importação como forma de equilibrar o mercado e proteger a cadeia produtiva nacional.

A estratégia chinesa também é favorecida por uma política brasileira que isenta de impostos a importação de veículos eletrificados dentro de cotas específicas. Até julho de 2025, é possível importar híbridos plug-in com isenção até o limite de US$ 169 milhões (cerca de R$ 927 milhões) e elétricos puros até US$ 226 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). Analistas apontam que essa medida tem incentivado um volume elevado de embarques antecipados, maximizando o aproveitamento dos benefícios antes do fim das cotas.

Do InsideEVs