Montadoras são acusadas de fraudar testes de emissões

Ação de 1,6 milhão de donos de carros a diesel avança em Londres

Algumas das maiores montadoras do mundo enfrentam um julgamento histórico em Londres, acusadas de manipular testes de emissões de diesel para mascarar níveis reais de poluição. Segundo advogados que representam 1,6 milhão de motoristas, empresas como Mercedes-Benz, Ford, Nissan, Renault e Stellantis “preferiram trapacear a cumprir a lei”, afirma a Reuters.

O caso, um dos maiores processos coletivos já abertos no Reino Unido, reacende o escândalo do “dieselgate” — revelado em 2015 e que custou à Volkswagen mais de 32 bilhões de euros (R$ 184 bilhões) em multas, indenizações e recalls. Segundo a Reuters, o Tribunal Superior de Londres vai analisar 20 veículos a diesel fabricados entre 2012 e 2017, período em que os autores afirmam que as empresas usaram “dispositivos manipuladores”   ilegais para reduzir as emissões apenas durante os testes de laboratório.

Fora deles, os carros liberariam até 12 vezes mais óxidos de nitrogênio (NOx) do que o permitido. A decisão final sobre a existência desses dispositivos deve sair em 2026. Caso os autores vençam, o veredito servirá de base para outras 800 mil ações semelhantes, envolvendo marcas como BMW e Vauxhall/Opel.

As montadoras alegam que os sistemas de controle de emissões operam de forma diferente por motivos técnicos e de segurança. Representantes da Renault afirmaram que os autores “ se deixaram influenciar pela longa sombra do caso Volkswagen” e que as situações “não são comparáveis”. Os fabricantes sustentam ainda que calibrar os motores para reduzir o NOx pode aumentar outros poluentes e comprometer o funcionamento dos veículos.

Do Carros.IG