Montadoras temem prejuízo com nova lei de emissões, que pode ser adiada
Prevista para janeiro, norma inviabilizaria venda de automóveis que estão semiacabados nos estoques das fábricas
A falta de componentes que tem provocado paradas de produção nas montadoras acendeu mais um sinal de alerta na Anfavea, a entidade que representa as fabricantes. Afora a questão do abastecimento, o tema da vez que preocupa está ligado à transição das fases L6 para L7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que deverá ocorrer a partir de 1º de janeiro no segmento de automóveis e comerciais leves.
Segundo o texto do programa, após esta data as montadoras devem produzir apenas modelos que já atendam às exigências da fase L7. Acontece que o estoque alto tanto de veículos L6 montados parcialmente nos pátios das montadoras, como o de componentes que atendem a esta especificação prestes a perder vigência, podem configurar prejuízo às fabricantes.
Na transição da fase L5 para a atual, houve um dispositivo no texto da lei chamado estoque de passagem, ou seja, as concessionárias puderam vender veículos L5 por um prazo que ultrapassava a data limite estipulada pelo Proconve. Neste caso, explicou a fonte, o estoque está concentrado apenas nas fábricas, e não há regra que contemple este tipo de cenário.
Dentro da Anfavea a situação preocupa e deve configurar em alguma medida em breve, afirmou a fonte. O que deverá ser feito nas próximas semanas é uma avaliação do volume de estoque L6 nas fabricantes. Caso ele seja alto, o fato será considerado setorial e, portanto, virará um pleito da entidade associativa, que deverá, segundo a fonte ouvida, pedir na esfera federal que seja considerado o inventário e, assim, que sejam feitas alterações no texto da resolução da fase L7 do Proconve.
Do Automotive Business