Mostra de cinema celebra aniversário da Declaração dos Direitos Humanos
´As Hiper Mulheres´, de Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro, encena o maior ritual feminino do Xingu
Em todas as capitais serão exibidos 38 filmes que abordam inclusão, diversidade sexual, direito à memória e à verdade, preconceito, direitos indígenas e trabalho decente
Refletir sobre os direitos de mulheres e homens. Levar à luz histórias de vidas que ainda seguem à margem da dignidade humana. Problematizar situações que oprimem comunidades e trabalhadores. Mostrar que a exclusão e o preconceito não podem ser aceitos com normalidade. O cinema pode ser apenas lazer e diversão, mas também uma forma didática de repensar o mundo. É essa a intenção da oitava edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Algumas exibições começaram em 26 de novembro e se estenderão até 22 de dezembro, em todas as capitais e em outros 500 pontos de exibição em todo o país. Em São Paulo, vai de 7 a 14 de dezembro.
Promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura, a mostra terá como tema “Poética e Cidadania sobre Película” e as seguintes categorias: Mostra Competitiva de longas, médias e curtas-metragens; Mostra Homenagem Vladimir Carvalho e Mostra Cinema Indígena. Toda a filmografia será exibida gratuitamente com recursos inclusivos, como closed caption (com legendas que descrevem diálogos, expressões e sons da cena) para pessoas com deficiência auditiva e audiodescrição para os que têm deficiência visual.
A Mostra Competitiva apresenta 24 filmes de vários países da América do Sul, todos com um recorte que privilegia o fortalecimento da educação e da cultura em direitos humanos, o respeito às diversidades, o exercício da cidadania, o compartilhamento da responsabilidade social e o agenciamento coletivo de forças afirmativas da dignidade humana.
A Mostra Homenagem a Vladimir Carvalho exibe cinco dos 20 filmes do cineasta paraibano radicado em Brasília cuja obra aborda os destinos do país e do povo brasileiro. O documentário Conterrâneos Velhos de Guerra conta a história daqueles que trabalharam na construção da capital federal; em Brasília Segundo Feldman, Carvalho enfoca o massacre de operários ocorrido em um acampamento de obra onde hoje é a Vila Planalto; O País de São Saruê trata sobre a região sertaneja do Rio do Peixe, na fronteira entre a Paraíba, Pernambuco e Ceará; Barra 68 – Sem Perder a Ternura relembra a criação da Universidade de Brasília, a inovação que propunha e a perseguição pelo regime militar; e O Evangelho Segundo Teotônio traça o perfil do político alagoano Teotônio Vilela.
A Mostra Cinema Indígena apresenta filmes realizados por cineastas indígenas. Além das obras exibidas nestas três categorias, o festival também será composto por filmes convidados como o documentário Paredes Invisíveis: Hanseníase Região Norte, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos, e Os Descendentes do Jaguar, Transformer: AK-47s Into Guitars, Colômbia: Wayu “Gold” e Argentina: Dreaming of a Clean River, produzidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Nossa proposta é utilizar a linguagem cinematográfica para estabelecer um diálogo direto com a população. A mostra tem o importante papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais, tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos”, afirma Maria do Rosário Nunes, ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A primeira edição do festival foi realizada em 2006 para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, criado no dia 10 de dezembro de 1948, em Paris, para delinear o ideal comum a ser atingido por todos os povos e nações. Ele é um documento elaborado por representantes de diferentes países que estabelece a proteção universal dos direitos humanos fundamentados na liberdade, justiça e paz no mundo.
Da Rede Brasil Atual