Motor do Duster, da Renault, agora anda até na água
Horse Powertrain começa a diversificar atuação diante da tendência de eletrificação do setor automotivo e com o desafio de abrir novos espaços para os motores a combustão
Perto de completar um ano de sua criação, a Horse Powertrain começa a diversificar sua atuação diante da tendência de eletrificação do setor automotivo e com o desafio de abrir novos espaços para os motores a combustão. A primeira iniciativa fora de suas origens foi adaptar o HR13, um motor flex a etanol com 1.3 litro e 4 cilindros usado em alguns modelos da marca Renault, como o Duster e o Oroch, às necessidades do setor náutico, numa parceria com a Hybdor.
Outros fabricantes de motores a combustão também têm se movimentado diante das mudanças impostas pela transição energética, cada qual com estratégia própria. A Horse Powertrain, baseada em Londres, nasceu oficialmente em maio de 2024 com a união das operações de produção de motores e transmissão da francesa Renault (45% da companhia) e da chinesa Geely (45%), incluindo as estruturas da marca Volvo Car, controlada pelo grupo asiático. Os outros 10% estão com a Aramco.
O grupo tem 17 fábricas e cinco centros de desenvolvimento e pesquisa. No Brasil, tem uma fábrica e um dos seus centros de P&D em São José dos Pinhais (PR). As adaptações do novo motor náutico flex — a empresa afirma que é o primeiro no mundo — foram desenvolvidas no Brasil. A companhia trabalha com um cenário no qual 50% a 60% do mercado mundial de veículos será elétrico em 2040.
Portanto, em seu planejamento estratégico, ainda haverá uma parcela do mercado que vai precisar dos motores a combustão. Além disso, a empresa aposta em desenvolver novas possibilidades para os modelos já utilizados pelo setor automotivo. Como o motor é produzido em grandes volumes para atender às montadoras, o preço final para o setor náutico promete ser mais competitivo.
Do Valor Econômico