MOVA-ABC quer novas parcerias para financiar mais salas de aula
Números de salas do Movimento de Alfabetização do ABC é insuficiente diante da necessidade da região. O custo de manutenção da sala de aula é extremamente baixo, por volta de R$ 500,00, para um retorno que significa inclusão social e cidadania
Os alunos e os educadores do Movimento de Alfabetização do ABC (MOVA-ABC) das salas em São Bernardo estão recebendo nesta semana o material didático para as aulas deste ano.
A cidade tem 18 salas, com cerca de 270 alunos, número considerado extremamente baixo pelo coordenador da entidade, o diretor do Sindicato Francisco Duarte Lima, o Alemão.
Ele disse que o MOVA-ABC não tem fontes próprias de recursos. “Dependemos de parcerias com empresas e o poder público, mas encontramos dificuldade em sensibilizar a sociedade para acabar com o analfabetismo na região”, disse ele.
Alemão entrega material a aluna em sala na igreja São José, na Vila São Pedro
Retrocesso
Em Santo André, o novo prefeito cortou o convênio que mantinha em funcionamento 99 salas, com cerca de 1.500 alunos.
O secretário da Educação da cidade argumentou que os alunos do MOVA-ABC poderiam ser absorvidos pela rede pública.
“Não dá para colocar na mesma sala alunos com 60 anos junto a crianças de 6 anos. Além disso, os adultos que não sabem ler tem baixa auto-estima. Isso significa que a escola precisa ir até ele, e não o contrário”, comentou Alemão.
Ele lembrou que Santo André tem 43 mil pessoas analfabetas. “Em audiência na Câmara pedimos aos vereadores que intermediassem um encontro com o Secretário da Educação, pois é fundamental a reabertura dessas salas”, ponderou.
O alcance é grande e o custo é baixo
Alemão disse que o custo de manutenção da sala de aula é extremamente baixo, por volta de R$ 500,00, para um retorno que significa inclusão social e cidadania.
Em São Bernardo, parte das salas de aula são mantidas pela Ford. Com a nova administração, ele está confiante no aumento do número de salas.
“A administração anterior chegou ao cúmulo de fazer aprovar uma lei proibindo a Prefeitura de fazer convênio com o MOVA-ABC, em flagrante desrespeito à sociedade”, comentou.
Alemão aplaudiu a Prefeitura de Mauá, que a partir deste ano discute a retomada do MOVA-ABC na cidade.
Alemão quer mais parcerias com empresas e entidades. “Não podemos depender apenas dos poderes públicos. Atualmente temos pouco mais de 2.000 alunos. É uma vergonha para a região, uma das mais ricas do País”, concluiu.