Movimentos defendem #AdiaENEM para evitar ainda mais desigualdades

O ato integra a campanha “Sem aulas, sem ENEM” (semaulasemenem.org.br). De acordo com o movimento, 80% dos alunos no ensino médio são de escolas estaduais, que estão com as aulas suspensas; 40% dos alunos não possuem espaço específico e adequado para o estudo domiciliar; 70% das residências das classes D e E não têm acesso à internet.

A diretora executiva do Sindicato, Michelle Marques, reforçou que a campanha pelo adiamento do ENEM, que tem provas marcadas para os dias 1 e 8 de novembro, busca evitar a ampliação da desigualdade social no país.

“O Brasil ainda está longe da equidade, do respeito à igualdade de direitos e de oportunidades. Manter o exame escancara a total falta de responsabilidade do governo com a juventude. Apesar de o teste ser igual para todos, não há equidade nesse ENEM”, afirmou.

“Filhos e filhas da classe trabalhadora não estão nas mesmas condições do que os filhos da elite em prestar uma prova que pode mudar seus futuros. As aulas estão suspensas no ensino público e milhões de estudantes não têm acesso à internet ou a um computador em casa, muito menos a um ambiente que favoreça o aprendizado e o estudo”, destacou.

Assine a petição

As entidades estudantis UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) organizam a petição “Adia ENEM para que nenhum estudante tenha seu ingresso na universidade prejudicado pela crise da Covid-19”. Falta pouco para alcançar a meta de 200 mil assinaturas. Participe em adiaenem.com.br.

“É absurdo pensar que os estudantes estão em igualdade de condições nessa situação, e que atividades a distância poderiam solucionar o problema da suspensão das aulas”, diz a petição.

“Defendemos a suspensão do edital e um novo debate sobre o cronograma do ENEM propondo o adiamento da aplicação das provas e buscando soluções para ajuste dos calendários em conjunto com a rede de ensino básico e de ensino superior brasileiras”, defendem a UNE e a UBES.