MST resiste e PM ateia fogo no acampamento Quilombo Campo Grande
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) denunciou na tarde de ontem que a Polícia Militar ateou fogo no acampamento Quilombo Campo Grande, que reúne 450 famílias no município de Campo do Meio, sul de Minas Gerais. Desde a madrugada do dia 12, o MST resiste ao despejo truculento emitido pela justiça estadual, mesmo sob a calamidade pública devido à pandemia da Covid-19.
A dirigente estadual do MST, Tuira Tule, contou que além do incêndio criminoso e a demolição da Escola Popular, há o cerco da PM.
“Estamos resistindo a esse ataque ilegítimo e ilegal de reintegração de posse. É importante denunciar a covardia do governador Romeu Zema (Novo), que está permitindo essa atrocidade em um momento de pandemia, ele é contra a vida”, afirmou.
“A nossa escola foi demolida e a PM está com muita hostilidade, não deixaram nem parceiros entrarem com comida. Não queremos massacre, a área é nossa e vamos resistir”, destacou.
Zema chegou a postar no Twitter a suspensão do cumprimento da ordem judicial na tentativa de desmobilizar a sociedade, porém mais policiais chegaram ao acampamento na manhã de ontem. Nas redes sociais, a mobilização e solidariedade são feitas com as hashtags #ZemaCovarde e #SalveQuilombo.
As famílias do Acampamento Quilombo Campo Grande vivem há mais de 20 anos na área e produzem agroecologicamente. Entre os produtos mais conhecidos está o Café Guaií. Confira o documentário “Café com sabor de resistência!” no YouTube do MST.