MST traz experiência promissora

Os primeiros 60 educadores especializados em educação rural acabam de ser formados pela Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

A escola fica em Guararema (São Paulo) e foi inaugurada em janeiro deste ano.

Ela foi construída com o trabalho voluntário de 1.115 trabalhadores, custou cerca de R$ 2,7 milhões provenientes da solidariedade dos trabalhadores europeus, através do Fundo Social da União Européia, de ONGs alemãs e francesas, além de recursos próprios.

O sentido histórico do projeto é formar seres humanos conscientes, comprometidos com os interesses e a causa da classe trabalhadora. Na sua visão de educação, a ciência deve estar a serviço da vida e não do capital. O processo de educação técnica rigorosa orienta-se por numa visão política, moral e ética, que deve contribuir para a transformação da sociedade brasileira. Um dos objetivos da escola “é ajudar a construir e fazer avançar a luta de classes no Brasil”.

Profissional e política

O projeto educacional e formativo do MST abrange desde a alfabetização das crianças à formação universitária, passando pela formação técnica. O processo ensino-aprendizagem é desenvolvido, em grande parte, por convênios com instituições públicas. Interage com cerca de 1.800 escolas situadas nas proximidades dos acampamentos e assentamentos e já foram feitos convênios com 45 universidades públicas.

O Movimento criou o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra), centro administrativo e operacional que coordena as atividades educacionais do MST espalhadas por todo o país. Estabelecendo essas relações com instituições de educação já existentes, o MST vai tornando-os espaços públicos reais de ensino-aprendizagem, sem afastar-se dos seus princípios educacionais e de formação.

Departamento de Formação