Mudando para pior
Em muitas empresas
estão ocorrendo mudanças
no processo e na organização
do trabalho a partir de
estudos de Kaizen, os chamados
programas de melhoria
contínua. Isso gera
aumentos de produtividade,
mas têm como consequência
para os trabalhadores a redução
de emprego, a intensificação
do trabalho e o
aumento dos riscos ergonômicos,
sendo um dos principais
o trabalho permanentemente
em pé.
Empresas ganham
Linhas de montagem
operadas por seis trabalhadores
sentados passam a funcionar
com quatro trabalhadores
que, nos mesmos postos
de trabalho agora agrupados
e mais próximos, fazem
todas as operações em
pé o tempo todo.
Nessa nova situação os
trabalhadores reclamam inicialmente
da falta das cadeiras,
mas a realidade é que
não há mais tempo para sentar.
O cansaço passa a ser
uma constante e, além dos
problemas de LER/DORT
provocadas pelo trabalho
intenso, ao serviço em pé
acrescentam muitos outros.
Em pé faz mal
Trabalhar em pé por
períodos prolongados e sem
possibilidade de descansos
regulares programados, ou
sem liberdade para alternar
períodos de trabalho em pé
e sentado, traz sérios riscos
à saúde dos trabalhadores e
deve ser evitado a qualquer
preço.
Trabalhar em pé exige
trabalho muscular estático
de grandes grupos musculares
como as costas, nádegas
e membros inferiores,
com grande acúmulo de ácido
lático, baixa oxigenação
desses músculos, metabolismo
anaeróbico e possibilidade
de dores, câimbras e lesões
de músculos e tendões.
Os discos vertebrais
sofrem processo de desidratação
e se degeneram mais
rapidamente podendo evoluir
para as hérnias de disco.
Aumenta a incidência
de problemas vasculares
como flebites, varizes e inchaços
nas pernas e pés.
Aumenta o risco de
abortamento espontâneo
para as trabalhadoras bem
como a probabilidade de
bebês com baixo peso e saúde
debilitada.
Aumenta a necessidade
de descanso, durante e
fora da jornada de trabalho.
Aumenta a necessidade
de alimentação correta e
balanceada e de hidratação
rigorosa, o que nem sempre
é possível, resultando em rápido
adoecimento dos trabalhadores.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente