Mulher na totalidade

Conferência Nacional de Mulheres aprova metas de políticas públicas para a paridade na participação política, investimentos contra a violência, o fim do preconceito, entre outros temas que lhes dêem mais oportunidades, autonomia e igualdade.

Conferência Nacional de Mulheres aprova metas de políticas públicas para a paridade na participação política, investimentos contra a violência, o fim do preconceito, entre outros temas que lhes dêem mais oportunidades, autonomia e igualdade.

Luta pela igualdade na participação política

A 2ª Conferência Nacional
de Políticas para as Mulheres,
que nesta semana reuniu
2.500 pessoas em Brasília,
aprovou novas metas de políticas
públicas a serem aplicadas
pelos governos federal,
estadual e municipal.

As mulheres reivindicam
a aprovação de uma reforma
política que garanta
igualdade dentro dos partidos
e também no tempo da
propaganda política.

Elas querem criação de
mecanismos de proteção ao
meio-ambiente, acesso à terra
e combate à discriminação
contra negras, índias, lésbicas
e idosas.

“Há muito tempo as
mulheres reivindicam participação
nos espaços de poder
e não vai ser por falta de propostas
que a realidade das
mulheres não mudará”, disse
Schuma Schumacher, do
Conselho Nacional dos Direitos
da Mulher.

Entre as propostas aprovadas
também estão a criação
de políticas garantindo
acesso à saúde, educação,
igualdade no trabalho e combate
à violência.

Aborto até a 12ª semana

Por determinação da
Conferência, o governo
vai mandar projeto de lei
ao Congresso autorizando
a interrupção da gravidez
até a 12ª semana de gestação,
e até a 20ª semana em
caso de estupro.

Elas reivindicam também
um tratamento médico qualificado
e humanizado às mulheres
que abortam nos casos já
previstos em lei, que é a gravidez
resultante de estupro ou de
risco de morte.

“Às vezes elas ficam horas
para serem atendidas, em
sofrimento, porque médicos
e enfermeiras querem que
paguem pela opção do
aborto, como uma forma
de punição”, disse a professora
Maria Isabel Baltar,
da Unicamp.

Investimento contra a violência

O governo federal
anunciou investimentos
de quase R$ 1 bilhão
nos próximos três anos
para o combate à violência
contra a mulher.

São ações de prevenção,
proteção e garantia
às mulheres que
sofrem violência e de
combate à impunidade dos
agressores.

Entre as iniciativas estão
a criação de um juizado de
violência doméstica e familiar
contra a mulher, fortalecimento
da rede de atendimento
às vítimas de violência,
criação de novas delegacias
especializadas,
defensoria pública da
mulher e casas de
abrigo.

Até o final do ano
os centros de referência
que atendem as
mulheres em situação
de violência passarão
de 2.000 para 3.000.

As mulheres negras terão
atenção especial, em função
da situação de dupla discriminação
e em virtude de sua
maior vulnerabilidade social.

Homem ajuda mais. Mas nem tanto

Os jornais e tevês divulgaram matérias
nesta semana sobre o aumento da participação
do homem nas tarefas domésticas,
com base em pesquisa feita pelo IBGE.

A situação de fato está melhorando. Em
2001, pouco mais de 42% dos homens ajudavam
em casa, enquanto a proporção passou
para 51% em 2005.

Mas, são os aposentados que dedicam
maior parte do seu tempo nas tarefas domésticas,
cerca de 13 horas semanais. Nessa
faixa de idade, as mulheres dedicam 31 horas.

“Os homens continuam se reservando
a possibilidade de decidir quando participar
e em que tarefas vão dar uma mãozinha”,
comenta a professora Ana Thurler, da
Universidade de Brasília.

Para ela, depende das mulheres mudar
essa situação.

Prioridade
às negras

O novo Plano Nacional
de Políticas para as Mulheres
terá cinco novos eixos
prioritários, entre eles o que
prevê o enfrentamento a todas
as formas de discriminação.

Ele terá programas de
enfrentamento do racismo
nas empresas e entidades,
medidas de ação afirmativa
e investimentos em uma
educação inclusiva e não
racista.

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