Mulher negra é quem mais perde rendimento

Além da diferença de gênero, a discriminação racial é a principal responsável pela queda de rendimentos das mulheres negras no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo. Foi o que apurou pesquisa do Seade/Dieese para o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

A discriminação racial enfrentada pelas mulheres no mercado de trabalho não é novidade, tem raízes históricas que vêm desde o período posterior à abolição dos escravos. Desde 1985, quando o Seade/Dieese iniciou esse tipo de pesquisa, a mulher negra sempre aparece entre a parcela mais excluída da população.

Uma das explicações é que os postos de trabalho ocupados pela população negra e especialmente a mulher negra estão geralmente entre os mais frágeis e precários, como diaristas, empregadas domésticas e funções desvalorizadas pela sociedade brasileira.

Veja os principais números da pesquisa

A queda nos rendimentos da mulher negra foi de 13,3% de março de 2001 para março de 2002, enquanto que para as mulheres não negras a queda foi de 5,3%.

A remuneração das companheiras negras é a metade do ganho das mulheres não negras e 75% da renda dos homens negros.

De uma maneira geral, o rendimento da população negra é 54% da média dos demais trabalhadores.

O rendimento médio por hora das mulheres negras é de R$ 2,52, contra R$ 6,10 de homens não negros.

Mulher negra autônoma ganha em média R$ 1,61 por hora, contra R$ 4,48 recebidos pelos autônomos de outras etnias.