Mulheres comemoram conquistas sociais
Coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas e integrante do Comitê Sindical na Volks, Michele da Silva explica porque nunca houve tantas conquistas sociais para as trabalhadoras na categoria como na campanha salarial de 2007. Neste ano ocorerram avanços no auxílio-creche, amamentação, para casos de aborto e violência, e diversidade de contratações.
O que vocês fizeram?
Soubemos nos preparar. Realizamos eventos
para saber o que as companheiras realmente
querem, elaboramos as reivindicações e nos organizamos
para defendê-las. O Sindicato apoiou
e abriu espaço para a Comissão participar de todas
as mesas de negociação. Lá, sempre tivemos
argumentos para justificar as propostas.
Antes não havia essa participação?
Existia, mas não estávamos tão preparadas.
Apesar das principais cláusulas terem partido
das metalúrgicas do ABC, a criação da Secretaria
da Mulher na Federação Estadual da CUT
permitiu que chegássemos às reuniões com as
pautas definidas e preparadas para defender
nossos pontos de vista.
Algo mais influiu?
A presença da mulher na mesa de negociação.
Por mais boa vontade que tenha, é muito difícil
um homem encontrar as palavras adequadas sobre
amamentação ou creches, por exemplo. Apesar da
solidariedade, são questões em que é preciso a presença
da mulher nos debates.
Quais as conclusões dessa campanha vitoriosa?
As conquistas só foram possíveis pela nossa
união. Mesmo nós, mulheres, sendo 14%
da categoria, se traçarmos objetivos concretos,
argumentos e dados para comprová los, a gente
chega lá. Precisamos agradecer o apoio da
Federação e dos companheiros, pois souberam
entender que nossa ausência nas fábricas ocorreu
por causa dessa luta.