Mulheres e movimento sindical

Apesar do significativo avanço da participação das mulheres no movimento sindical brasileiro, resultado de um movimento mais amplo no mundo contemporâneo pela igualdade de direitos nas relações de gênero, essa participação ainda é frágil num universo dominado predominantemente pelos homens.

Este fato não se explica, obviamente, por razões naturais, já que há um relativo equilíbrio entre o número de homens e de mulheres no País, de acordo com os dados do Censo, que também apontam uma posição de relativa vantagem para elas em relação ao nível de escolaridade.

Essa relação, por sua vez, não se traduz com a mesma simetria no mercado de trabalho. Embora os dados variem de um setor para outro da economia, no geral há menos mulheres do que homens ocupando postos de trabalho, especialmente nos cargos de chefia. Todos sabemos que elas ainda sofrem discriminação em relação à remuneração, além de estarem sujeitas a várias formas de constrangimento e de assédio.

As origens dessa desigualdade nas relações de gênero, que perpassam a sociedade e atingem o movimento sindical, estão nas raízes de nossa história, onde se destacam elementos de uma cultura autoritária e excludente. Foi assim no interior da família patriarcal do período colonial, onde o homem mandava e a mulher obedecia, e permanece ainda assim em muitas famílias brasileiras.

Mudar esse quadro é uma das principais tarefas da democracia contemporânea, um dos temas fundamentais de uma agenda política genuinamente de esquerda. É uma mudança que deve atingir corações e mentes, instituições e organizações.

Departamento de Formação