Mulheres perderam mais empregos durante a crise
"O vínculo é mais frágil, elas não têm carteira assinada e estão em situação informal", diz responsável por pesquisa
Os reflexos da crise financeira internacional no mercado de trabalho feminino é um dos assuntos que serão discutidos no Fórum Social Temático da Bahia. Pesquisa realizada pelo governo federal indica que as brasileiras perderam 3,1% do total de postos de trabalho entre outubro de 2008 e abril de 2009. No mesmo período, o percentual foi de 1,6% entre os homens.
Os dados serão apresentados durante o encontro pela gerente de projetos da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Luana Pinheiro. Segundo ela, a pesquisa mostra que, por estarem inseridas no mercado de trabalho em condição mais precária, as mulheres foram as que mais sofreram com os reflexos da instabilidade financeira.
“O vínculo é mais frágil, elas não têm carteira assinada e estão em situação informal”, destacou Luana. “As mulheres tendem a voltar para a inatividade ou para dentro de casa e até conseguem entrar no mercado de trabalho, mas em um processo de substituição do emprego masculino, mais caro, pelo seu, mais barato”, completou.
O Fórum Social Temático da Bahia tem como um dos primeiros temas em debate a participação das mulheres na recuperação econômica do Brasil e do mundo após o auge da crise financeira internacional. Para a primeira magistrada negra do país, Luislinda Valois, o tema é “palpitante” e “veio em boa hora”.
“Estamos precisando de reconhecimento da competência e da capacidade da mulher e de sua participação na evolução econômica da Bahia, do Brasil e do mundo. Isso está acontecendo lentamente e precisando de um estímulo maior”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Agência Brasil