Mulheres prestam solidariedade após agressão contra sindicalista

(Foto: Amagolin Comunicação)

Metalúrgicas do ABC e representantes de sindicatos da região acompanharam ontem a diretora do Sindicato dos Funcio­nários Públicos de Diadema, o Sindema, e da CUT-SP, Roseli Aparecida de Souza, a Rosa, na Delegacia da Mulher. A dirigente foi agredida pelo médico Evandro Pereira dos Reis enquanto fazia trabalho sindical no Quarteirão da Saúde na segunda-feira, dia 29.

Rosa registrou boletim de ocorrência contra o médico e entregou ofício na Secre­taria de Saúde do município para solicitar abertura de processo administrativo.

“Essas coisas não podem acontecer. Foi uma atitude descontextualizada, ele sim­plesmente me agrediu de forma covarde quando me identificou como sindicalista”, afirmou Rosa.

A dirigente estava entregando o jor­nal do Sindema com informativo sobre campanha salarial e conversando com os trabalhadores. “Esse médico falou que ia jogar o jornal no lixo, perguntei o motivo e falou ‘quem manda aqui sou eu’. Daí co­meçou a agressão física, me segurou pelo braço, colocou o dedo no meu rosto e foi me empurrando”, contou.

“Em um primeiro momento me senti humilhada e a noite toda fiquei com a sensação de que ele estava segurando meu braço. A violência transcende a questão física e agride o psicológico, de querer humilhar a mulher”, disse.

“Compreendi que não era comigo, a agres­são era contra todas as mulheres e sindica­listas. Assim pude dar os encaminhamentos necessários”, continuou.

A CSE na TRW e integrante do Con­selho Municipal dos Direitos da Mulher de Diadema, Maria Gilsa Macedo, acom­panhou a elaboração do boletim de ocor­rência.

“Fomos levar toda a solidariedade dos Metalúrgicos do ABC à companheira Rosa e o nosso total repúdio à atitude do médico covarde, sexista e machista, além do desrespeito à liberdade sindical. E deixar marcado que mexeu com uma, mexeu com todas”, alertou.

A delegada Renata Cruppi explicou que a partir do boletim será feita abertura de inquérito policial e testemunhas serão ouvidas.

“Diante das investigações que faremos a partir de agora será possível, inclusive, identificar novas vítimas. Por isso, este posicionamento da Rosa é importante para encorajar outras mulheres a também denunciarem situações vexatórias, de violência física, sendo ou não de violência doméstica”, afirmou.

Em novembro de 2014, o mesmo mé­dico foi flagrado em vídeo xingando um paciente de “babaca”.

Da Redação