Mulheres trabalham mais que homens na jornada semanal

Estudo da Organização Internacional do Trabalho mostra que as mulheres trabalham 4 horas a mais que os homens por semana, quando somadas as atividades profissionais mais a atuação doméstico

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou estudo mostrando que as mulheres têm uma jornada total de 55,7 horas por semana, contando com 34,8 horas semanais de trabalho e mais 20,9 horas de atividades domésticas. Já os homens têm uma jornada total de 51,9 horas semanais, sendo 42,7 horas de jornada de trabalho e 9,2 horas semanais de atividades domésticas.

“Culturalmente, se atribui à mulher o cuidado quase que exclusivo com a casa e a família. Aqui, se tem uma coisa complexa que passa pela redefinição das relações entre homens e mulheres, uma parceria muito mais equilibrada entre os sexos no âmbito das famílias”, avaliou a diretora do escritório da OIT em Brasília, Lais Abramo.

A pesquisa revela também que parte significativa das mulheres trabalham como empregadas domésticas, a maioria delas negras. Dos 42,5 milhões de mulheres que fazem parte da população economicamente ativa, 6,2 milhões são negras, o que representa 15,8% do total. Segundo o estudo, cerca de 20% das mulheres negras ocupadas trabalham como empregadas domésticas e só 24% delas têm Carteira assinada.

Para a diretora da OIT, a desvalorização do trabalho doméstico está ligada a uma desvalorização das funções de cuidado na sociedade, no qual o trabalho doméstico se insere, e esse tipo de trabalho exige qualificação.

São Paulo – Uma pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), também divulgada na quinta, aponta que a participação das mulheres no mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo diminuiu em 2009, na comparação ao ano anterior. Os dados mostram que 55,9% delas estão inseridas no mercado de trabalho, enquanto em 2008 foi registrado 56,4% de participação.

Segundo a pesquisa, a redução ocorreu principalmente entre os grupos economicamente vulneráveis, como o de mulheres jovens, as que ocupam a posição de filha no domicílio em que residem, aquelas menos escolarizadas e as negras. No entanto, a taxa de desemprego total das mulheres diminuiu pelo sexto ano consecutivo: caiu de 16,5% em 2008 para 16,2% em 2009.

Mais informações:

www.oitbrasil.org.br

www.dieese.org.br