Na Alemanha, diretor do Sindicato participa de mobilizações e negociações pela defesa dos empregos na Volks

Wellington Damasceno, representante do Comitê Mundial, se junta à luta de trabalhadores alemães, após anúncio de fechamento de fábricas

Desde que a Volks rompeu o acordo e com isso anunciou demissões em massa e fechamento de fábricas na Alemanha, milhares de trabalhadores estão mobilizados. No início da semana passada, o diretor administrativo do Sindicato e representante dos trabalhadores no Comitê Mundial da montadora, Wellington Messias Damasceno, esteve na Alemanha para participar das mobilizações e discutir a defesa dos empregos.

A empresa planeja fechar pelo menos três fábricas naquele país e cortar “milhares” de empregos. O plano, apresentado pela direção, inclui uma redução salarial de 10% e a transferência de várias atividades do grupo para o exterior.

O dirigente participou da greve e da Assembleia do Conselho de Administração da Empresa, onde falam os representantes dos trabalhadores do Comitê Mundial e os representantes do grupo Volkswagen. Além disso, Wellington conversou com o presidente do IG Metall de Wolfsburg, o companheiro Flávio Benites, e participou de reuniões com a direção da empresa.

“Toda nossa solidariedade e apoio aos companheiros que estão numa luta justa pela manutenção dos seus empregos e a garantia da permanência das fábricas”.

Cenário da indústria automotiva europeia

O representante dos trabalhadores no Comitê Mundial detalhou o cenário que contribuiu para o anúncio feito pela montadora. “Isso se dá no momento em que a indústria automotiva passa por uma pressão muito grande sobre a necessidade de descarbonização, enquanto os chineses, que lideram no segmento de elétricos, vêm avançando no mercado europeu. Outra questão é a retirada dos subsídios pelos governos europeus, além da proximidade da legislação que proíbe a produção e comercialização de carros à combustão na Europa”.

O dirigente lembrou ainda que a Volks tem sofrido com a quantidade de multas pesadas pelo desequilíbrio nas vendas, já que está vendendo menos carros elétricos do que estava previsto. Outra situação apontada é que montadora está com capacidade ociosa equivalente a quase três fábricas.

Acordo na planta do ABC

“Estamos acompanhando esse cenário com atenção e preocupação porque é onde está a matriz da empresa. Mas temos lembrado que, recentemente negociamos nosso próprio acordo, muito celebrado, para manter os investimentos necessários com garantia de emprego, o que dá previsibilidade para a companheirada”.

“Em todas as nossas conversas na Alemanha, o cenário de crescimento da Volks no Brasil e na América do Sul tem sido celebrado. As políticas do governo Lula para o setor automotivo também foram mencionadas de forma bastante positiva”, completou.

Comitê Mundial

Welington foi empossado como representante dos trabalhadores no Comitê Mundial da Volks. O dirigente assumiu o lugar de Reinaldo Marques da Silva, o Frangão, trabalhador na planta de São Bernardo que ficou no cargo por nove anos. A indicação foi consenso das representações das quatro plantas do Brasil. Na função, Wellington terá o papel de representar os trabalhadores brasileiros e as representações nas discussões do Comitê Mundial, inclusive participando do Comitê Executivo.

O Comitê é a representação dos trabalhadores no grupo Volks reconhecida pela empresa com assento e direito a voz e voto no conselho mundial de direção da empresa.