Na descarbonização, montadoras também fazem parte da solução
Brasil se posiciona em vantagem na transição para os veículos híbridos flex
Desastres ambientais cada vez mais intensos evidenciam a urgência que o planeta enfrenta para reverter a trajetória que segue em direção ao colapso climático. A luta é impedir o aumento da temperatura média global provocado pelos gases de efeito estufa (GEE). Um estudo do ano passado encabeçado pela empresa de consultoria KPMG, com base no banco de dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global, da Comissão Europeia, revela que o transporte foi responsável por 16% das emissões mundiais, o maior vilão depois do setor agrícola, com 46%.
Se é parte do problema, a indústria do transporte também se mobiliza para ser vetor da solução. Os caminhos da descarbonização já estão postos. As fabricantes vêm colocando em andamento a transição energética para ficarem menos dependentes do combustível fóssil, e um dos movimentos é o desenvolvimento de modelos elétrico e híbrido. O primeiro é acionado totalmente por bateria e, o segundo, pela combinação de motores a combustão e elétrico.
Ao mesmo tempo que se apresentam como solução, as tecnologias igualmente levantam questionamentos. “O carro elétrico é, certamente, o melhor dos mundos. Não emite dióxido de carbono (CO2), é silencioso e entrega desempenho. Mas ainda há o problema de autonomia e infraestrutura. E, no Brasil, é o caso de refletir se realmente precisamos delas”, avalia Marcus Vinicius Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
O dirigente leva em conta a vantagem brasileira com a experiência e abundância de biocombustíveis. Aguiar acredita que a transição energética passa por soluções regionais, a fim de beneficiar características locais. “Os híbridos flex são um caminho assertivo para o País e devem ser a melhor equação em médio e longo prazos. Os elétricos, por sua vez, são mais eficientes para frotas cativas, em serviços urbanos de entregas”, destaca.
Do Jornal do Carro