Na diplomacia também

Agenor da Silva Filho, Viviane Coelho de Jesus e Jamile Cerqueira são três candidatos a derrubar o último muro que atrapalha o acesso de negros e pobres à carreira diplomática, um reduto dominado há 150 anos por uma elite branca e bem-nascida.

Dos 1.057 diplomatas em atividade, somente oito são negros, 0,7% do total. Mas agora o Itamaraty está ajudando 20 afro-descendentes a entrar para a diplomacia. Ganharam bolsa de estudos do governo para que possam se dedicar ao vestibular do Instituto Rio Branco, responsável pela formação da carreira. Trata-se de um dos concursos mais difíceis do País.

“Somos propulsores da auto-estima de milhares de jovens que sequer tentam certas carreiras porque imaginam que não terão acesso”, diz a baiana Viviane Coelho de Jesus, formada em Turismo.

Jamile Cerqueira acabou de se formar em Publicidade. “A sociedade admite nossa ascensão pelo esporte ou pela música, mas estranha o sucesso intelectual do negro”, reclama.