Na Espanha, Sindicato aprofunda relações com Comissões Obreiras da Indústria, sindicato mais representativo do país

Maicon lembrou ainda que na categoria há transnacionais de origem espanhola, sobretudo no setor de autopeças e na área de tecnologia.

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No início de março o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT e CSE na Mercedes, Maicon Michel Vasconcelos, esteve na Espanha, em Madri, para, entre outras coisas, aprofundar a relação com as Comissões Obreiras da Indústria – o sindicato mais representativo do país e o maior na área da indústria.

Maicon detalhou os principais pontos do encontro com os dirigentes sindicais espanhóis. “Falamos sobre a questão do trabalho decente, sobre cadeias globais de valor, os acordos marcos globais, os acordos coletivos que eles têm celebrado a nível regional e nacional, qual a diferença entre eles, o que isso pode aportar na nossa relação com o Brasil”, detalhou.  Maicon lembrou ainda que na categoria há transnacionais de origem espanhola, sobretudo no setor de autopeças e na área de tecnologia.

Já em Toledo, Maicon participou do Congresso dessas Comissões Obreiras, no qual houve um debate internacional sobre a importância e o papel dos sindicatos na manutenção da democracia. “Da nossa parte, falamos que a extrema-direita, apesar de ter perdido a eleição, ainda tem muito poder na esfera nacional e segue boicotando os projetos de interesse da classe trabalhadora. Detalhei que Bolsonaro usou a máquina estatal, fazendo todo tipo de amarração política, abrindo o cofre público para comprar voto, tentou impedir os eleitores fiéis ao Lula de ele votarem. E, apesar de ter feito tudo isso, ainda perdeu a eleição porque Lula é um personagem histórico fenomenal e os trabalhadores que não conseguiam pagar os preços abusivos dos alimentos básicos, estavam enfrentando filas enormes para comprar pedaços de osso nos açougues para fazer sopa”.

Ele reforçou ainda que há uma articulação mundial para fortalecer a extrema-direita. “Há intervenção direta de exércitos estrangeiros nos territórios latino-americanos, entrega dos nossos recursos naturais para as grandes transnacionais a preço de banana em detrimento do desenvolvimento local do povo.  Precisamos nos atentar a isso, para um tipo de desenvolvimento que não reproduza o desenvolvimento capitalista iniciado na Europa. É preciso trazer novos saberes para o debate”.

Na oportunidade, o dirigente também destacou a importância de pensar o desenvolvimento tecnológico dos povos originários e quilombolas, atrelado ao debate da sustentabilidade. “Não podemos pensar um desenvolvimento sustentável, reproduzindo a mesma lógica que nasceu na Revolução Industrial e que, em 200 anos, poluiu o mundo mais do que toda a história da humanidade. É preciso pensar uma nova perspectiva de desenvolvimento, e só podemos fazer isso, compartilhando os saberes dos povos originários e ribeirinhos do mundo”.

Mês da Mulher

Na ocasião, Maicon também participou das ações nacionais que marcam o Dia Internacional da Mulher. Os atos, segundo o dirigente, tiveram grande viés contra a extrema-direita e luta pelos direitos invioláveis das mulheres.