Na Europa, Dilma critica ajustes fiscais duros por causar recessão
Em seu primeiro pronunciamento durante a viagem que faz a Bélgica, a presidenta Dilma Rousseff fez um alerta aos governos de países europeus. Ela lembrou que ajustes fiscais muito duros têm resultados negativos sobre a economia, agravando a recessão e provocando desemprego. A presidenta brasileira voltou a defender a busca por crescimento com inclusão social, com críticas à perda de direitos sociais e à falta de preocupação com a ocupação da população.
O recado foi todo voltado aos governos de países do Velho Continte que sofrem com estagnação econômica, após três anos do início da crise internacional. Especialmente na Grécia, mas com desdobramentos em Portugal, Espanha, Itália e Irlanda, entre outros, há desconfiança relacionada à capacidade de os Estados nacionais honrarem títulos de dívidas públicas. A moratória grega é praticamente certa, e admitida pelo próprio governo do país.
Dilma lembrou que, nas décadas de 1980 e 1990, o Brasil sofreu as consequências desse tipo de escolha. “Nossa experiência (nas décadas passadas) demonstra que, nosso caso, ajustes fiscais extremamente recessivos só aprofundaram o processo de estagnação, perda de oportunidades e desemprego”, explicou.
Apenas nos últimos dez anos é que o país passou a buscar o crescimento econômico com mais vigor, priorizando ainda a distribuição de renda. “Mesmo durante a crise econômica (atual, a partir de 2008) seguimos desenvolvendo”, afirmou. “(Nosso) crescimento econômico coincide com a inclusão social e o empenho tecnológico”, celebrou.
Para ela, o modelo vale para outras nações, mas aplicando-se a situações distintas. “Os países devem agir para evitar que seus povos vivam o desemprego e perdas dos direitos sociais”, alertou. A maior parte dos governos europeus encaminhou leis para seus parlamentos para aumentar a idade de aposentadoria, reduzir benefícios de seguridade social, entre outras medidas.
Dilma esteve com o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, durante uma hora na sede do governo. Para Leterme, os governos devem adotar medidas que mantenham o poder de compra e a capacidade de crescimento econômico de suas regiões. Leterme evitou discutir a possibilidade de países do Brics – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – socorrerem as nações europeias que vivem momentos de instabilidade.
Da Rede Brasil Atual