Na Mercedes, trabalhadores aprovam primeira parcela da PLR e seguem mobilizados por negociações
Assembleia garantiu pagamento da primeira parcela ainda em maio. Negociações seguem em andamento entre Sindicato e a fábrica

Os trabalhadores e trabalhadoras na Mercedes, em São Bernardo, aprovaram em assembleias realizadas nesta terça-feira, 20, a proposta da primeira parcela de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), negociada entre o Sindicato e a direção da montadora. O valor será pago ainda este mês, e a expectativa é receber a segunda parcela no mês de dezembro, após novas rodadas de negociações.
Também foi aprovada a contribuição negocial da PLR.
A aprovação da primeira parte do acordo é resultado de um processo democrático e transparente conduzido pelo Sindicato junto à base. Após a rejeição da proposta anterior, apresentada na semana passada, a entidade convocou nova assembleia para apresentar os ajustes construídos a partir do diálogo com a empresa e da escuta dos trabalhadores e trabalhadoras na fábrica.

“A PLR já faz parte da cultura da fábrica. Existe uma expectativa real dos trabalhadores, que todos os anos já contam com esse recurso antecipadamente”, afirmou o coordenador da representação na fábrica, Amarildo Marques de Souza.
“Mesmo com a Campanha Salarial em curso, a discussão da PLR ocorre de forma paralela, e a antecipação precisava ser viabilizada ainda em maio. Por isso, construímos uma proposta que atendesse a esse compromisso com os companheiros e companheiras. O processo é sempre coletivo, respeitoso e com a participação ativa da base. Essa é uma conquista histórica, fruto da organização sindical na fábrica”, completou.
Mobilização continua
A Campanha Salarial dos metalúrgicos e metalúrgicas na Mercedes segue em andamento. A data-base da categoria é maio, e a pauta de reivindicações já foi protocolada junto à empresa. Entre os principais pontos estão o reajuste salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais aumento real, a correção do vale-alimentação nos mesmos moldes e a renovação das cláusulas do acordo coletivo vigente.

Além disso, a representação dos trabalhadores busca avanços nas cláusulas sociais, que dizem respeito ao cotidiano e à qualidade de vida no chão de fábrica. “Estamos com uma pauta construída de forma coletiva, com o objetivo de garantir não apenas a reposição das perdas inflacionárias, mas também conquistas reais para a categoria”, destacou o secretário-geral da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos) e representante do CSE (Comitê Sindical de Empresa) na fábrica, Max Pinho.
“O momento exige unidade e mobilização. As tratativas envolvem pontos fundamentais como aumento salarial, valorização do vale-alimentação e melhorias nas cláusulas sociais, que impactam diretamente na vida dos trabalhadores. Seguimos firmes no processo e vamos continuar dialogando com a base a cada passo”, concluiu.