Na ZF, trabalhadores estão mobilizados para a Campanha Salarial
Em assembleia, os trabalhadores aprovaram disposição de luta para buscar avanços nas negociações de Campanha Salarial
Os trabalhadores na ZF, em São Bernardo, aprovaram a mobilização de Campanha Salarial em assembleia na última sexta-feira, 26.
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, destacou que a FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) e os dirigentes dos 13 sindicatos que negociam a Campanha Salarial em conjunto já fizeram reuniões com as bancadas patronais, menos com o Grupo 10, que não negocia há cinco anos.
“Para nossa surpresa, na última semana de negociações duras, todos os grupos patronais falaram em parcelamento do INPC. A nossa resposta foi rechaçar essa proposta. A realidade é que os trabalhadores não conseguem mais fazer despesa com aquilo que ganham, a inflação corroeu durante um ano o salário dos trabalhadores, é por isso que vamos ao mercado e não conseguimos sair com meio carrinho de compras”, afirmou.
Mobilização
O dirigente reforçou que a luta dos Metalúrgicos do ABC e dos outros 12 sindicatos que compõem a Federação é pela reposição integral do INPC e por aumento real, além da renovação das cláusulas sociais que garantem direitos, principalmente depois da reforma Trabalhista.
“Para isso vamos precisar muito da organização e mobilização da categoria. Não acredito que a direção da ZF e das outras empresas queiram ver sua produção parada. É preciso dizer para a bancada patronal que é necessário respeito, porque se não houver respeito, a resposta vai ser a paralisação”, chamou.
Lutas
O coordenador do CSE na ZF, José Ribamar Feitosa, reforçou a importância da mobilização interna. “Temos vários problemas internos e é a mobilização dos trabalhadores que nos dá força para contrapor a empresa e resolver da melhor maneira. E essa mobilização também será fundamental para a nossa Campanha Salarial, que só vai avançar com a unidade de todos e todas”.
Tomada de consciência
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, explicou que é o conjunto da força dos trabalhadores que muda as regras do jogo.
“Quando os trabalhadores se unem e se mobilizam, evitamos situações que são colocadas como imposição pelas empresas. O mundo é de quem levanta a cabeça e reage, isso acontece quando existe uma tomada de consciência. Chega uma hora em que os trabalhadores têm que se incomodar, se sentir cansados de serem explorados a vida toda”.
Também ressaltou que este é um ano decisivo e para isso é preciso o compromisso de todos e todas. “Os Metalúrgicos do ABC precisam dar uma resposta, não adianta os trabalhadores perguntarem qual vai ser o tamanho do reajuste e o que o Sindicato vai fazer, a pergunta é o que vamos fazer juntos”, disse.
“E a nossa luta este ano é muito maior. A nossa vida só faz sentido quando temos a capacidade de estar no lugar do outro, fico pensando no quanto estão sofrendo as pessoas que ganham um salário mínimo e precisam comprar uma caixa de leite. O estado de São Paulo está perdendo indústrias todo ano porque não existem incentivos, é preciso mudar essa situação”, defendeu.