Não ao retrocesso. Não ao PSDB em São Bernardo!

O resultado do primeiro turno das eleições municipais em São Bernardo do Campo, infelizmente, não vai permitir um debate mais aprofundado sobre o que representou para a cidade os oito anos da gestão do prefeito Luiz Marinho (PT), que deixa a prefeitura com altíssimos índices de aprovação em reconhecimento a um governo que resgatou a dignidade de grande parcela da população esquecida pelas administrações anteriores. Como trabalhador, sindicalista e morador de São Bernardo há 29 anos, defendi e lutei pela continuidade desse projeto, representada pela candidatura de Tarcísio Secoli (PT), grande companheiro, grande gestor, secretário de Serviços Urbanos e responsável direto por boa parte das transformações que foram feitas em nosso município.

As eleições em São Bernardo refletem a grande disputa que se trava hoje no País e que não se restringe às campanhas eleitorais e nem termina com o fechar das urnas no segundo turno. Estão em disputa dois modelos de desenvolvimento. O modelo inclusivo, distributivo, que levou o Brasil ao crescimento com distribuição de renda, respeito e valorização dos direitos trabalhistas, do patrimônio público e da indústria nacional versus o modelo concentrador de renda, do estado mínimo, privatista, promotor de leis que retiram direitos da classe trabalhadora e cortam recursos para políticas públicas e salário mínimo – o modelo defendido pelo PSDB.

Neste cenário, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em reunião, tomou a decisão de se posicionar neste segundo turno contra a candidatura do PSDB em São Bernardo, encabeçada por Orlando Morando. Somos contrários a tudo que esta candidatura representa – um modelo fracassado na história, nefasto para o trabalhador e para os setores produtivos e, especialmente, para a população mais carente. Em nível federal é o modelo que acaba de aprovar redução dos recursos para a saúde e educação e o congelamento do salário mínimo por 20 anos, que prepara uma reforma da Previdência – já tentada em outros momentos pelo governo tucano -, que fará com que o trabalhador demore em média 10 anos a mais para se aposentar. Um modelo que quer a flexibilização das leis trabalhistas, abrindo espaço para jornadas ampliadas e terceirização irrestrita.

Em nível estadual, o projeto do PSDB também já mostrou o quanto é prejudicial à população. Em mais de 20 anos de governo tucano em São Paulo, o que vemos é o sucateamento da educação pública, concessões caríssimas para o usuário que garantem ao paulista o pedágio mais caro do Brasil, impostos abusivos sobre as tarifas de água, luz e telefonia, uma gestão incompetente dos recursos hídricos que levou racionamento e falta de água à população das periferias do Estado, um sistema estadual de transportes de péssima qualidade.

Essa realidade não foi diferente na última vez que o PSDB integrou a administração em São Bernardo. Eleger o candidato do PSDB será um enorme retrocesso para a população. Significa trazer de volta um grupo político que representa o tempo de obras malfeitas e incompletas que só foram finalizadas e corrigidas a gestão Marinho, dos alojamentos “provisórios” onde famílias inteiras viviam em condições subumanas, dos serviços terceirizados, a exemplo das ambulâncias, cujo desvio de recursos impediu a implantação do SAMU no município, da falta de vagas em creches, que chegou a gerar uma ação do Ministério Público.

Não fosse por tudo isso, um partido que nunca esteve junto do trabalhador nas suas lutas por melhores condições de vida e de trabalho certamente não seria o escolhido por nós para estar à frente da administração municipal. Onde estavam as lideranças tucanas durante as greves, manifestações e negociações da classe trabalhadora?

Nossa caminhada na busca por uma cidade digna e socialmente justa não vai terminar. Continuaremos lutando pelo projeto que defendemos nas urnas e na vida. Mas no dia 30 de outubro teremos uma posição clara: não ao PSDB em São Bernardo!  

*Rafael Marques é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC